terça-feira, 28 de junho de 2011

Desassossego

"Dói-me qualquer sentimento que desconheço; falta-me qualquer argumento não sei sobre o quê; não tenho vontade nos nervos. Estou triste abaixo da consciência. E escrevo estas linhas, realmente mal-notadas, não para dizer isto, nem para dizer qualquer coisa, mas para dar um trabalho à minha desatenção. Vou enchendo lentamente, a traços moles de lápis rombo - que não tenho sentimentalidade para aparar - , o papel branco de embrulho de sanduíches, que me forneceram no café, porque eu não precisava de melhor e qualquer servia, desde que fosse branco. E dou-me por satisfeito." 


quarta-feira, 22 de junho de 2011

We are



- "You... are kind of awesome!"
- "I know."

terça-feira, 21 de junho de 2011


"I believe in the good. I believe that it's been a hell of a year, and I believe that in the face of overwhelming evidence to the contrary, we'll all be okay. I believe a lot of things."


Se eu sou aquilo que sonhei ser, se sou aquilo que planeei ser… talvez o seja, talvez não. Sou uma inconstante nuvem fechada, uma pensativa que até nem gosta muito de fazer planos. E se não gosto de planear, serei aquilo que planeei? Se não me lembro dos meus sonhos, serei aquilo que sonhei?
Nunca sabemos o dia de amanhã nem porque razão estamos neste Mundo, o porquê de termos nascido naquele tremendo dia daquele maldito ano! Logo o ano da pobreza ou o ano da revolta… porque o azar, calha sempre a nós! Nós que temos tanto azar em tudo o que fazemos e insistimos em culpar o que nos rodeia. E se estivermos no meio do nada? A quem iremos atribuir a culpa?
De certo modo, há momentos que me passam ao lado, há coisas que me passam ao lado, mas nunca as pessoas. Eu acredito no respeito que depositei em cada alma que me acompanhou, que perdeu tempo da sua vida para viver um bocadinho a minha, que no seu caminho preferiu ir dar a volta porque era onde eu me encontrava, que me deu algo sem pedir de volta, acredito que pessoas dessas nunca passam ao lado nem nunca serão esquecidas. Sempre me ensinaram a não brincar com as almas, que não deveria manuseá-las, amachucá-las e depositá-las na primeira curva por que passasse. Nem me interessa o que cada alma aprendeu ao longo da sua vida, eu aprendi a guiar-me pelos valores que me transmitiram. Acredito tanto nisso como “I believe that if I eat a tub of butter and no one sees me, then calories don't count.”
Acredito assim naquilo que sou e naquilo que conquistei. Acredito que sou capaz de muito e acredito que, quando as coisas me fogem por outros caminhos os quais eu desconheço, que a culpa foi minha por ter estas mãos de manteiga e esta cabeça desajeitada que deixa escapar oportunidades. Eu acredito que vale a pena sonhar nem que seja para ter outra percepção deste Mundo de loucos onde vivemos e acredito que os sonhos nos ensinam a arriscar na vida. Acredito que não sou a única a pensar que as almas não passam ao lado.
Eu acredito que há oportunidades para tudo, nem que seja para terminar o último diálogo, acabar com o último pacote de leite ou acabar o exercício do dia anterior, antes que todos os nossos dias se acabem, antes que seja preciso usar a capa preta no dia em que nos arrependermos daquilo que deixámos por terminar.


"Like I said, disappearances happen. Pains go phantom. Blood stops running. And people, people fade away. There's more I have to say, so much more. But, I disappeared."