quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

(entre) intermédios



Já que és artista e especialista em jogos de palavras (juntamente com as suas complicações e indefinições), responde-me se deverei dizer o tempo que te desejei ou o que te continuarei a desejar -uma vez que são iguais. É como a questão de um copo meio cheio ou meio vazio que me ajudaste a desvendar, eu sei que o intermédio te alicia, demasiado até...

Próxima etapa: o teu relatório de incertezas.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

a vida não pára

"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, e quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não pára (…)”

Aprendi contigo que fraquejar jamais será solução de algo; digamos que te tornaste num teste onde testaste as minhas capacidades de reacção, a minha paciência e o meu orgulho. Tanto que tive a cotação máxima no que toca às capacidades de reacção e, por outro lado, obtive um zero bem redondo na questão do orgulho. Tanto que fraquejei e… de que me adiantou? Se nos perdemos no tempo nas suas ruas rectilíneas e bem definidas é sinal de que já desconhecíamos o nosso percurso de vida.
“A gente espera do mundo e o mundo espera de nós, um pouco mais de paciência”
Entregámos sem esperar nada em troca e esquecemo-nos de que as trocas são tão mútuas como entregar ao mundo e o mundo entregar a nós; a luta e a garra de apenas uma parte não são soluções, por muita paciência que exista da outra parte.
Mudei rotinas a aprendi a não dar tanto de mim. Desculpa se te habituei demasiado, esqueci-me das consequências dos meus actos – assim como me esqueci de por o orgulho de parte mais cedo.
A vida não pára…

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

injustiça dos justos


"É melhor sofrer uma injustiça que praticá-la, assim como às vezes é melhor ser enganado do que não confiar. Não é a injustiça em si mesmo que nos fere, é o sermos vítimas dela. Por isso, anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las."


(Samuel Johnson;
Pierre Nicole; Pitágoras)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

amargo vício

Foste o meu café doce das quentes manhãs onde o meu sorriso era a nossa maior força, foste o meu traje preferido e o meu mais delicado acessório. Daí te teres tornado no meu doce vício, quente vício, delicado vício... Foste tão dono de mim que agora, mesmo não me tocando nem vendo, ainda possuís a capacidade de me controlar.
Talvez nunca mais voltarás a ler as nossas cartas de despedida e provavelmente a nossa fotografia já não consta na tua mesinha de cabeceira – creio que se tenha tornado num resto de cozinha ou alguma espécie de resíduo desnecessário que resultou da actividade aí em tua casa, ou então, já estaria tão coberta de pó e sujidade que despediste-te dela numa fracção de segundos. Sabes quando mais me lembro de ti? Quando acordo e deparo-me com a triste situação de “não existirem motivos para acordar”; foste a minha maior motivação, foste o meu despertar, a minha rotina.
Deixa acalmar a tormenta, recorda-te que vícios são difíceis de largar e por mais que o tempo passe e te convenças de que estarás a seguir com a tua vida em frente, o vício seguirá sempre o mesmo caminho que tu até se cruzar contigo ao virar da rua e... perderás a razão!
O doce e quente café tórrido da manhã metamorfoseou-se num amargo e gélido, daí eu largar este transtornante vício dia para dia; é como libertar-me de ti...