quinta-feira, 24 de setembro de 2009

contacto



"E sabes, se neste Universo somos os únicos... é um horrivel desperdicio de espaço."

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

365 dias



Já reparaste como o tempo voa? Já passou um ano, um ano e de nada eu me esqueci. Nada deixei para trás, agarrado às poeiras e nada deixei escapar pelo vento. Não é que seja pessoa de viver de recordações, não interpretes desta forma. Para mim o que passou lá ficou, pois a vida continua e quem a vive somos nós. Mas é sempre agradável recordar aquilo que nos fascinou por momentos e que deixou uma marquinha na nossa alma. E eu gosto muito de olhar para uma fotografia, ouvir uma musiquinha e recordar o que vivi há uns tempos atrás. Confesso-te, meu pequeno tesouro, que nunca ninguém me fez recordar tantos pormenores como tu. És a minha maior fonte de comparação, infelizmente. Não devia, mas
a vida é feita de poderes e deveres e apesar do tão famoso “não dever” acabamos sempre por “poder” fazer o que nos dá na cabeça, simplesmente porque o queremos. Ou por vezes nem queremos, é o instinto que fala mais alto, a rotina, o hábito… é o meu consciente que te compara a cada detalhe que eu observo, o que acho extremamente irritante. E sabes, hoje podia ser o nosso dia. Aqui é o oposto, hoje devia ser o nosso dia e, no entanto, não pode. Trocamos as voltas à nossa vida e ao nosso consciente, não penses que foi a vida que nos trocou a nós porque a culpa é nossa. Talvez o destino, talvez tivesse que acontecer o que exactamente aconteceu porque devia. Mas já devias saber que não me baseio só em teorias que tentam explicar as diversas situações da vida, procuro sempre questionar mais até obter uma resposta coerente. Contudo, sei que a nossa questão nunca obterá resposta, por muitas pesquisas elaboradas que faça, por muito mundos que percorra, por muitas vezes que o nosso caminho se cruze e volte a divergir-se… Meu querido tesouro, lamento dizer que és o mais precioso de todos eles, que ainda te guardo na mesma caixinha exactamente com os mesmos instrumentos, embrulhada com aquele papel do meu sentimento tão característico por ti, que continuo sem conseguir definir. Não, eu já não te amo. Apenas sinto aquele fervilhar na barriga e este coraçãozinho a saltitar quando te observa ao longe, pois é ele quem te continua a observar, não são os meus olhos cor de avelã – tomara eu ver-te com os olhos em vez de te ver com o coração. E mesmo após 365 dias, eu não esqueço aquele teu perfume que tanto me apaixonava, aquele teu primeiro toque em mim. Não esqueço o teu olhar que hoje foi tão igual ao teu primeiro de há 365 dias atrás. Não devia, alias, eu não devia sequer recordar-me destas coisas; mas, meu tesouro, com a vida – ou contigo, que em tempos foste tu quem a guiou – aprendi que posso muito bem esquecer os meus deveres e deixar-me levar pelos meus desejos. Hoje desejo-te, só hoje por ser “o nosso dia dezassete”. E apesar de te poder desejar todos os dias, eu não quero. Não é por não dever, é por não me querer deixar levar pelo mal que agora carregas em ti. Por ainda gostar um bocadinho de ti, eu espero que estejas feliz e bem com a tua vida, não te desejo mal – embora pudesse e devesse desejar – quero-te sempre bem. Não quebro promessas, nem rompo sentimentos, e tenho muita pena que o faças.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

gostando de gostar


"Meu deus como pode ser tão bom esse mal que tu me fazes
Que me obriga a ir a jogos sem figuras nem ases
Sabendo que não vou ganhar como nunca ganhei
Sabendo que não consigo parar como nunca parei
Como podem magras mãos ficar tão grandes assim
Que as gentes esgravatar cabem dentro de mim
Só pode ser verdade o que me conta a poesia
Eu gosto de gostar e sinto a tua falta todo o dia
Que posso eu fazer se me fazes tão bem/mal
Desafiando as leis da gravidade, a minha moral
O prazer da tua carne tornou-se essencial
Para a minha sanidade, física e mental
Fatal fatalmente o coração sente
E a minha boca mente em ritmo desplicente (...)"

terça-feira, 8 de setembro de 2009

verdade seja dita


"O amor é como a relva (...) cresce, cresce, cresce até que chega uma vaca e fode tudo!"
Só dá mesmo vontade de rir!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

fundos descobertos


Hoje dói-me a alma. Dói-me tudo. Este sofrimento é mais forte que o sentimento que outrora existira em mim. Já tenho saudades de escrever… não, minto! Tenho saudades de te escrever. Sinto falta daquelas cartas de amor com palavras retiradas bem do fundo do meu coração, aquelas palavras que só tu tiveste o prazer de as ouvir; porque na realidade foste tu quem as descobriu. Tu foste quem – sem pedir licença nem dar justificações – entraste silenciosamente dentro do meu coraçãozinho de ouro e escavaste bem fundo, procurando o melhor refúgio para habitares. Diz-se que o auge de cada alma prevalece bem no fundo dela, e tu, com essas tremendas garras, apoderaste-te desse meu fundo e achaste o que outrora se ignorava, o que se desconhecia, o que esteve oculto durante tempos e tempos. Sempre te avisei para teres cuidado com o local que escolherias para viver, mas nunca me deste ouvidos. Sabes, não basta querer chegar ao fundo, é necessário muito esforço para lá permanecer. Quem ama guarda esse sentimento com muito afago e trata dele, rega-o todas as manhãs e oferece-lhe o beijinho de bons sonhos todas as noites. Sempre acreditei que cuidar do amor é como cuidar de uma criança: é preciso saber prendê-lo pela nossa mão para termos a certeza que ele não nos escapa por entre os dedos. E quem não cuida da planta do amor que floresceu dentro de si é porque não sabe realmente o que é amar. Todos nós somos portadores dessa bela planta, porém é preciso muito mais do que apenas possuí-la. E cada um de nós planta uma nova semente no coração de outrem, cujo objectivo – suponho eu – é fazer com que o sentimento entre nós e essa pessoa prevaleça firme. Nunca fui muito boa nisto das suposições, é demasiado relativo e vago para a minha consciência, por isso não me admiraria nada que esta minha suposição estivesse errada. Não se escolhe o local onde plantamos a semente, é certo; mas podemos escolher o tempo que essa semente poderá lá ficar. Devias ter tido mais cuidado com o tempo que juraste que esta semente ia permanecer em mim. Deixaste que ela criasse aqui as suas raízes e deu origem a uma nova planta, que agora não és tu quem a rega – e eu nem me dou a esse trabalho. Somos todos demasiado impulsivos. Regemo-nos pelas juras de amor eterno e acreditamos que os nossos desejos serão sempre concretizados pela pessoa que cuida da planta do nosso coração. Esqueceste-te de algo que era nosso, e que não necessitaria de ser apenas meu. Tu, para além de te esqueceres que deixaste uma semente plantada em mim, esqueceste-te que possuías a minha semente plantada dentro de ti. Tão rápido esqueceste que eu, neste momento, até duvido se quiseste realmente criar este doce sentimento, ou se preferias apenas ter uns momentos de diversão. Até duvido se algum dia desejaste habitar neste meu fundo que sonhavas descobrir…