sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

New year: refresh your soul


Parece que a minha passagem de ano vai ser assim mesmo! ♥  
E entrarei com os dois pés! 
Feliz 2011.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"When I see your face
There's not a thing that I would change
'Cause you're amazing
Just the way you are
And when you smile,
The whole world stops and stares for a while
'Cause boy you're amazing
Just the way you are"


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

De mim para ti

Dou por mim a tentar transparecer o que aqui dentro se instala, como que se as palavras pudessem fluir facilmente e fossem fáceis de proferir. Dói-me a cabeça, pesa-me o corpo, cansa-me a alma, falta-me algo que se me obrigassem a descrever o quê eu ficaria completamente desnorteada.
É frustrante observar aqueles que recusam o pensamento apenas porque assim a vida lhes proporciona mais facilidades, e pensar pode até ser um desperdício de tempo, mas nunca um desperdício de vida. Eu penso todos os meus dias em tudo o que vejo, pois eu vejo com estes dois bons olhos que estes locais me incomodam, me transtornam e me deixam com uma vontade tremenda de voltar para o meu lar doce lar e jamais de lá partirei. Vivo ameaçando os meus queridos que esse dia está para breve, que a minha consciência se está a deixar influenciar por estes actuais comportamentos e me está a causar imensos distúrbios. Achem-me doida por pensar assim, pois eu sei que não há ninguém que pense da mesma maneira que eu. Aliás, ninguém pensa da mesma forma que ninguém nem ninguém pensa por ninguém. E enganem-se aqueles que julgam que pensar é fácil; pensar dá trabalho. Pensar é reflectir acerca do que nos rodeia, é saber criticar e atribuir juízos para melhorar aquilo que, de facto, nos causa bichinhos na barriga e visões absurdas.
Talvez seja eu a anormal por não me identificar com o meu meio, talvez seja o próprio meio quem se enche de anormalidade e talvez eu seja a salvação para a sua recuperação – quem me dera! Nem todos os dias me dão gosto pensar, pois existem aqueles minutos em que me abstraio de todos os pensamentos que me possam transtornar de tanta inutilidade e tristeza. Tristeza, é o que isto é. Tristeza a meus olhos que vêm a rotina de todas as manhãs, pois o meu coração encontra-se reservado para a felicidade que guardo comigo para aproveitar da melhor maneira possível. Enquanto o meu coração sorri e o meu cérebro pensa, os meus olhos estão prestes a deixar cair uma lágrima, mudem-me estas crianças, por favor! Ou mudem-me de mundo, eu não me importo, desde que nesse próximo rumo que eu tomarei as minhas visões estejam de acordo com os meus sentimentos e me deixem viver em plena tranquilidade.
Por aqui as palavras fluíram, o coração falou e o orgulho escondeu-se. E por aí, não há nada que me queiras contar?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Biggest days

"You never know the biggest day of your life is the biggest day. Not until it's happening. You don't recognize the biggest day of your life, not until you're right in the middle of it. The day you commit to something or someone. The day you get your heart broken. The day you meet your soul mate. The day you realize there's not enough time, because you wanna live forever. Those are the biggest days. The perfect days. You know?"

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

E assim sou...

"(...) fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende. Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei. Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a distância - irmãos siameses que não estão pegados."

Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego

sábado, 27 de novembro de 2010

Para mim...

...sabe bem ser feliz!
"I still put you first and we'll make this thing work.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"Não importa, o tempo é nosso"

Descobri que o que mais precisamos aparece quando menos esperamos, que o que nos irá proporcionar os melhores dias das nossas vidas aparece quando tem de aparecer, sem pressas, com uma vontade enorme, ainda que subtil, de embelezar o nosso percurso, seguir os nossos passos e dar-nos a mão em todos os momentos. Descobri que os melhores dias das nossas vidas não têm de ser, obrigatoriamente, repletos de bens que nos transmitem a sensação de poder e excentricidade… que se enganem os que se iludem por estas ideias deformadas de felicidade. Não é que o tenha descoberto agora, apenas lhe passo a dar alguma importância.
Hoje modero a escrita, hoje penso que os travões existem por alguma razão e que nem é mau de todo diminuir a velocidade e acalmar esta onda. Hoje sei que o tempo está do meu lado - apesar de todas as nossas divergências que me fizeram explodir com tanta raiva, apesar de me trocar sempre as voltas e atravessar-se no meu caminho sempre muito senhor do seu nariz – mas hoje fizemos tréguas e cheira-me que por muito tempo. Descubro hoje que com toda esta minha lentidão e tranquilidade, o tempo passou a voar e eu nem sequer me dei ao trabalho de discutir, ora não fossem estes últimos tempos os melhores da minha vida. Pois é, isto de andar acompanhado torna o nosso pequenino tempo rápido mas bastante enriquecido.
Eu não me importo de partilhar o meu tempo contigo, de dividir o meu quadrado de chocolate ou até ficar à porta à espera que a tua vaidade termine, pois sei que logo de seguida te encostarás a mim e me farás rasgar um sorriso daqueles que se me perguntassem o porquê dele eu nem saberia descrever. Sentir é isto: não se importar com o passar do tempo e não conseguir arranjar palavras que transmitam o sentimento. Sentir é isto, somos nós, todos os dias.
Sabes há quantos minutos estou a retratar-me? Melhor dizendo, retratar-nos. Que agora fazes parte de todos os meus retratos e os embelezas com essa tua doce e apaixonada face. Nem eu sei há quanto tempo estou nisto, mas nem me importo, o tempo agora é tão mais nosso.
Eu sou tão mais tua a cada dia que passa e tu és tão mais meu de igual modo e fazes-me gostar de tudo em ti, até mesmo do teu modo mais implicativo que me faz roer as unhas e revirar olhares. Tu, que me ensinaste a usar os travões, fazes-me (re)ver que gostar é conhecer cada detalhe que, à vista desarmada, não teria qualquer importância. Sei que quando entramos num café te diriges ao balcão e pedes um café acompanhado por um copo de água e pagas no acto e só de seguida te vens sentar ao meu lado, que quando nos despedimos dás-me sempre um beijinho na testa, que tens que fechar a janela do quarto se o gato andar à solta e que devoras ferrero rocher exactamente como eu. E qual é a importância de eu saber isto?  Sei que me percebes a cada olhar e que me transmites sinceridade em todos os teus actos. É tão mais fácil gostar quando se conhece detalhadamente e quando se confia e eu a ti, meu Peter Pan, confio-te os meus segredos e o meu lado lunar, dou-te o melhor de mim e sei que recebo todos os dias o melhor de ti. Que se há certeza que sinto agora é que eu precisava de ti há muito tempo e só não sabia quando iria ser o meu, e o teu, dia de sorte. Esta certeza que sinto agora é a de que somos, todos os dias, um só, cobertos por um sentimento que, eu nem sei… Fugiram as palavras. Não importa!

Que os próximos sejam tão bons ou melhores que este! 24*

sábado, 20 de novembro de 2010

No more questions

"We are all looking for answers. In medicine, in life, in everything. Sometimes the answers we were looking for were hiding just below the surface. Other times, we find answers when we didn't realize we were asking a question. Sometimes, the answers can catch us completely by surprise. And sometimes, even when we find the answer we've been looking for, we're still left with a whole helluva lot of questions."

You're the answer I've been looking for.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

you make it real for me


É por estas pequeninas coisas que vale sempre a pena arriscar e ser feliz. "És o melhor que tenho."

terça-feira, 9 de novembro de 2010

sábado, 6 de novembro de 2010

Nunca me cansarei

Um dia disseram-me “nunca me cansei de ver as estrelas, porque o mundo nunca se cansou de sonhar”; tanta conformidade entre o pensamento e o seu objecto que estas poucas palavras nos trazem, ora não fossem os sonhos a base da felicidade de cada um. Diga-se, certamente, que esta actividade mental não dirigida nos poderá trazer algumas lembranças ao acordar. Eu digo que sonho muito com aquilo que vivo, pois gosto de conhecer o produto do devaneio, o que está além do alcance da minha mente; a ilusão que, mesmo que não passe disso mesmo, me rasgue um sorriso quando passar pelos grãos de areia que vou coleccionando nesta minha cabeça. Poderá ser ligeiramente utópica esta minha constatação, porém que nenhuma alma caridosa me venha dizer que não gosta de sonhar.
Eu gosto de me imaginar num outro mundo, numa outra dimensão se não aquela em que vivo; um local mais pacifista, justo e decente. Gosto de pensar que poderei chegar a esse mundo, mesmo que as minhas pernas já não tenham força para andar, mesmo que os meus olhos deixem de piscar, mesmo que o meu cérebro já não esteja em condições para pensar, mesmo que os meus pulmões deixem de receber oxigénio, mesmo que o meu sangue deixe de percorrer as minhas veias… mesmo que o meu coração deixe de bater. Gosto quando o meu subconsciente vai mais além e me relembra o que de bom esta vida nos traz.
Há uns tempos ofereceu-me um belo presente encantado cujo seu embrulho me atraiu de imediato. Cuido de tudo o que me dão, desde o mais pequenino detalhe, como forma de agradecimento à minha bela vida que se tem lembrado muito de mim ultimamente. Tu, que cuidas de mim exactamente do mesmo modo, fazes-me ver que esta vida dá muitas voltas e recompensa realmente quem merece; fazes-me ver que as estrelas retribuem o brilho que recebem e que vale a pena esperar pelo dia certo que dará início a uma nova etapa repleta de partilha e felicidade; fazes-me ver que vale sempre a pena colocar medos à parte e arriscar, agarrar o momento e desfrutar; fazes-me ver que o que sinto por ti e tu por mim é tão ou mais bonito que os sonhos, pois melhor que sonhar no que poderá acontecer no dia seguinte, é vivê-lo. E eu hoje vou adormecer a olhar para as estrelas, só para elevar a minha mente mais uma vez até ao mundo encantado que um dia me encontrará e para dormir encostadinha ao mesmo sentimento que vivo todos os dias ao teu lado, pois se são as estrelas que nos iluminam a noite e nos proporcionam estas brilhantes ilusões, então eu só pararei de sonhar no momento em que as estrelas morrerem.

Nunca me cansarei disto, está tudo tão certo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Seis e seis

"Tu olhas para uma pessoa, uma pessoa que sabes que não é uma pessoa qualquer, porque o teu olhar fixa-se nela e quando ela olha para ti e sente o mesmo que tu, sentes que alguma coisa vai acontecer. Não sabes nada ainda, mas intuis, intuis com os teus sentidos, com o teu corpo e às vezes com o teu coração que aquela pessoa pode ter qualquer coisa para te dar, que não sabes o que é, mas sabes que um dia vais descobrir e que esse dia pode ser nesse momento, e é então que tiras os dados do bolso e os lanças para cima da mesa.
Quando nos interessamos por alguém, nunca sabemos no que vai dar. Lançamos os dados como quem os deixa cair quase por acaso e muitas vezes nem queremos saber quanto deram: um e um, dois e quatro, três e três, cinco e dois, é sempre um mistério, porque a sorte também manda na vida, manda mais do que queríamos e menos do que gostávamos, por isso desconfiamos dela sempre que nos é favorável, mas aceitamos as suas traições como a ordem natural das coisas, por mais absurdas que sejam.
Os dados caíram quando levantaste o copo e eu vi no chão seis e seis, vi-te a apanhar os dados e a rir, ouvi a tua voz e quando começámos a conversar, percebi que os dados estavam certos.
Gostamos de tudo um no outro; eu gosto da tua casa, da tua música, da tua forma desligada de olhar para o mundo e a forma como te divertes com tudo o que te rodeia. E tu gostas da minha alegria de viver, do meu sarcasmo cirúrgico, de dizer sempre tudo o que penso, sinto e quero, mesmo quando não estás preparado para me ouvir.
Eu gosto de te conhecer e de te perceber, porque és diferente dos outros homens e tu gostas que eu te entenda melhor do que as todas as mulheres. E gostamos de estar um com o outro; à mesa, em casa, com amigos, sem amigos, com sono, sem sono, mas sempre perto quando estamos perto, mesmo que fiquemos longe quando nos afastamos.
Acredito que todos temos direito a ter sorte e que, quando alguém aparece na nossa vida de repente, ou é porque nos vai fazer bem ou é porque nos pode fazer mal. E eu vi-te com bons olhos desde o primeiro momento, achei que me ias ajudar a limpar a tristeza, que a tua presença quase imperceptível na minha vida seria como um bálsamo, uma música perfeita e harmoniosa, um dia ao sol, ou uma noite em branco, daquelas que nos fazem pensar que a vida está cheia de surpresas boas e que vale mesmo a pena estar vivo, só para as saborear.
Tu foste e és tudo isto, e ainda mais agora (...) Quando lançamos os dados, nunca sabemos no que vai dar; tu podias ser um assassino encapotado e eu uma neurótica disfarçada, mas tivemos sorte, porque somos duas pessoas normais, com coração, e dois ou três princípios que nos fazem estar bem com a vida e com os outros."

Não há nada melhor do que ler coisinhas destas que são exactamente aquilo que pretendemos dizer e, melhor ainda, é senti-las.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

come into you


"You've got your ball
you've got your chain
tied to me tight, tie me up again
who's got the claws in you my friend
into your heart I'll beat again
sweet like candy to my soul
sweet you rock and sweet you roll
lost for you I'm so lost for you"

domingo, 24 de outubro de 2010

vamos sempre a tempo

“Gosto de arrumar a memória por capítulos, momentos-chave, etapas ou qualquer outra fórmula artificial que não me faça perder o sentido diacrónico da realidade que vivi e que me leve a acreditar que avancei, tantas vezes atrás do tempo, embora sempre a tempo, porque vamos sempre a tempo desde que saibamos aceitar e aprender. A vida espera sempre por nós, só a morte é que nunca espera.”

Vamos sempre a tempo de aproveitar o melhor tempo do mundo.
Nunca perderemos a oportunidade de recuar um passo, alterar o tal vocábulo que nos arruinou e substitui-lo por outro mais doce. Deixamos de ser doces e admirados a partir do momento em que nos perdem o respeito. Deixa-me tentar simplificar isto um bocadinho… Deixamos de ser admirados quando faltamos ao respeito a alguém. Esta tremenda vontade de querer a razão, de sermos, nós, os mais sinceros e menos problemáticos! Aceita-se, ironicamente, a complexidade de todos estes problemas que dariam a próxima novela da tvi, mas é de refutar a estupidez que tenta gloriar nestas mentes. Não seria muito mais fácil, nós, seres humanos sábios e espertos, procurarmos um tempo pequenino para pararmos, reflectirmos e admitirmos que, de facto, possuímos um bocadinho de culpa e que não vale a pena perder os restantes tempos a embaraçar? Enaltecer o respeito.
Vamos sempre a tempo de alcançar o melhor de nós; de procurar o tempo certo para dar inicio à nossa felicidade. E eu encontrei esse tempinho que me faz ver que vamos sempre a tempo de sermos felizes.

sábado, 16 de outubro de 2010

isto basta-me

O presente ganhou outra força, outro significado, novos contornos, muito mais belos e poderosos. O futuro ficou onde deve estar: no futuro. Gosto de sonhar que isto ou aquilo vai acontecer. Gosto de imaginar momentos que irão chegar com requintes de cenas cinematográficas, mas já não deposito nessas imagens a mesma energia, a minha carne e o meu sangue, como se da concretização desses sonhos dependesse a minha felicidade.
Felicidade é outra coisa; é ter olhos e poder ver o azul do mar através da minha bela janela, ouvir o canto tranquilo e conversador dos pássaros e saber que no final da tarde, antes de o dia terminar e enquanto a Lua já sobe, luminosa e manchada por cima da ponte na outra margem, existe alguém que irá meter a chave à porta, que irá subir as escadas para me abraçar, que me irá contar como correu o seu dia e ouvir-me sobre o meu, e depois sentarmo-nos à mesa, jantamos, conversamos e rimos como uma família normal, igual a todas as famílias unidas que ainda resistem às acrobacias emocionais que a existência vai semeando, qual armadilhas para corações mais atritos a devaneios adolescentes.
A felicidade é aqui e agora, hoje, daqui a um bocado. E quando sonho com o que ainda não tenho, a beleza dessas imagens mantém-se, e isso basta-me.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

céu e mar, pure blue

Somos como céu e o mar. Sempre tão juntos e tão distantes; sempre um tanto ou quanto inseparáveis como se apenas o seu horizonte nos unisse. Don’t you agree?
És o meu azul-marinho preferido e eu serei o teu azul-bebé de requinte, mas andamos com azar, meu caro. Estes terríveis algodões negros que formam a nossa fronteira tendem a afastar-nos até que a linha do cruzamento quase perfeito se perca na imensa nebulosidade.
Mas somos como o céu e o mar: tão idênticos e com funções tão distintas. Pacíficos, harmoniosos com uma pitada de crueldade e agressividade que tanto contrastam com a nossa beleza. Somos belos, admirados e o local perfeito para um desenlace: tu a esconderes o Sol nas tuas costas e eu a lançar o brilho da noite.
Afinal de contas, fugimos incessantemente ao pacto de frias, cruas e precisas palavras. Somos ambos uns corações moles repletos por uma certa melancolia que me faz… olhar para uma fotografia e concluir que, de facto, somos o céu e o mar: sempre na ilusão de que, um dia, nos voltaremos a encontrar.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eu sei lá

Alguém que me diga o que é a saudade. Alguém que me explique o que é sentir o vazio em algo que nos foi retirado das mãos que, de facto, eu não sei.
Eu sei lá há quantos dias não choro de rir por cantar sem parar, não sinto um abraço apertado, não tenho alguém a seguir-me os passos, lado a lado.
Eu sei lá o que vai na cabeça do Homem quando sente saudade e orgulho, paixão e ambição, tristeza e vontade.
Eu sei lá quem inventou este sentimento melancólico que nos faz recuar no tempo em vez de nos inclinarmos para a frente rumo ao futuro.
Eu sei lá o que nos passa pela cabeça quando desejamos negar que, de facto, não possuímos qualquer sentimento de culpa.
Eu sei lá o que se sente quando a saudade se mata com um olhar, eu sei lá o que é esconder a cara.
Eu sei lá sentir. Deixei de saber.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Never again


"You cool your bedwarm hands down on the broken radiator and when you lay them freezing on me, I mumble "can you wake me later?". But I don't really want you to stop and you know it so it doesn't stop you. You run your hands from my neck to my chest."

Foi a última vez que chorei por ti. A última vez que deixei os meus impulsos falarem mais alto que a minha mente assim que te vi a passear por entre os meus instintos, doces instintos, maldosos instintos, digamos. Foi a última vez que me lastimei por ti, que deixei que te apoderasses mais uma vez dos meus poderes – super poderes, diga-se de passagem, que se há algo que me ensinaste noutra vida foi a ser uma super mulher.
Não é que eu queira receber alguma atenção de tua parte, alguma pitada de importância que me estimule o ego e que me rasgue um sorriso na cara - "because nobody knows it but I've got a secret smile and I use it only for you"- mas seria generoso de ambas as partes tornar as nossas belas palavras seguidas de uma certa cumplicidade em actos. Não sei se te lembras de como se fazia, mas eu relembro-te. Podes nem saber fazê-lo, eu ensino-te. Afinal de contas, eu necessito da tua pequenina atenção para me alegrar o dia, não é que a queira, apenas preciso.
Preciso-te porque ainda me prendes. Ainda me deixas um bichinho de preocupação sempre que algo te acontece e eu mergulho na ignorância de não ser capaz de te suportar a alma por não saber o que sobreveio. Preciso-te porque tenho que te compreender. É uma obrigação minha saber ler-te nas entrelinhas e compreender todos os teus actos por muito que não concorde com eles. Uma obrigação estipulada nas nossas águas passadas que, essas sim, juramos permanecer. Não sei se te lembras, mas eu relembro-te. Eu sou a tua pequenina de coração, a tua fiel companheira que te dará o que de melhor a vida proporciona. E tu és o meu porto seguro, o meu local de abrigo, a minha pitada de confiança, o refúgio dos meus segredos. Preciso-te porque tenho que te contar os meus detalhes, o meu dia-a-dia, os meus desabafos e pensamentos, a noite de copos que tive na semana passada ou até mesmo o facto de ter deixado cair uma televisão ao chão que, de facto, não tem qualquer importância.
Mas foi a última vez que derramei uma lágrima por ti. Melhor dizendo, por mim. Por deixar que me faças sentir culpada, por permitir que abuses de mim mais uma vez para saíres vitorioso de algo que não possui qualquer troféu ou prémio de consolação. Tu tens duas faces, uma que delicia qualquer um que passe por ti, e outra terrível, maldosa, difícil de vir ao topo porque se esconde por detrás de delicadas palavras que tanto usas para embelezar o que, às vezes, já nem é preciso. Uma face que me faz trincar o lábio, roer as unhas, bater o pé no chão e derramar lágrimas do tal estado que me provocas. A face que parece ter perdido toda a paciência que lhe enchia o saco e que têm uma pitada de estupidez repleta de estúpidas palavras que formas estúpidas frases que, por sua vez, tornam um diálogo extremamente estúpido.
A tua sorte – ou se calhar nem é sorte nenhuma – é tu seres o meu retrato preferido e me teres ensinado a ser uma super mulher e que, super mulheres, não choram por quem lhes invade a alma quando lhes apetece. Super mulheres guardam o melhor dentro de si, e eu estou repleta de tranquilidade e firmeza. 
Há uma primeira vez para tudo, e uma última.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

hoje custa


Hoje custa sair de casa, pisar o chão e sentir a gélida brisa que corre. Custa querer e não conseguir, sonhar e não ter, falar e não perceber. Hoje custam as palavras, custa senti-las e proferi-las. Hoje custa escrever.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

lg

Life's gooooooood!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Percebe-me

Compreender é muito mais do que perceber através dos sentidos. É mais profundo, mais escondido e é, provavelmente, a descoberta do dark side da alma. Compreender é conhecer o outro lado sem ver, sem tocar, sem falar. É saber o que não é preciso ser dito e perceber que, na maior parte das situações da nossa vida, mais vale um olhar do que uma palavra, uma percepção dos sentidos sem usufruir deles, uma capacidade de transmitir segurança e tranquilidade como se duas almas vivessem num corpo só. Compreender, para além de incluir algo dentro de nós, é ter algo que saiba estar incluído sem requerer por simplesmente saber que aqui pertence.
Se me perguntarem se percebo o que me rodeia, a minha resposta será única e exclusivamente afirmativa; caso me perguntem se me compreendo, aí o caso já muda de figura. Nem sempre é fácil compreendermo-nos. Para além de ser um acto divino dos outros e digno de respeito, é árdua e, por vezes, ineficaz esta tentativa de nos compreendermos todos os dias. Eu sou apologista de que só fazemos o que queremos, que nenhum ser é obrigado a agir de determinada forma se assim não lhe apetece. E tenho dias que não me apetece compreender. Típica atitude portuguesa de uma preguiçosa que não lhe apetece pensar. Compreender-se sozinho é ser atormentado. Não há nada melhor do que ter a nossa mão apertada de alguém que nos sabe compreender exactamente no momento em que não nos apetece pensar para percebermos. Alguém. O único alguém que sofre para tentar entender.
Por isso, eu prefiro que me percebas todos os dias em vez de carregares aos ombros este fardo que tanto pesa a consciência, tanto cansa a alma e tanto sentimento precisa.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

nostalgia é isto

Nostalgia da felicidade que em tempos julgaríamos ser eterna. Nostalgia do suporte constante, da boa palavra logo ao primeiro encontro e da mútua confiança que se partilhara dia após dia.
Fomos o que jamais seremos e carregaremos às costas aquele sentimento melancólico causado pela ausência de algo – ou alguém - que nos conquistou o coração, pois essa sensação é aquela de que tudo o que se viveu valeu realmente a pena. Nostalgia é isto, sentimento de tristeza motivado por profunda saudade, palavras já estipuladas que caracterizam tudo aquilo que sinto neste exacto momento melhor do que as minhas próprias palavras. E se algum dia os nossos laços se cruzarem, lembra-te de que nostalgia é isto, é a força de um passado que não se apaga, não se esquece e deixa marcas…

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Camping

851-P, 892-P
Foi qualquer coisa de outro mundo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

há melhor?

"Querer e conseguir não são o mesmo; só consegues quando queres, o contrário não é possível. Escrevo para me ler e para me ouvir, porque também preciso das minhas palavras. Preciso que elas me alimentem sem que ao mesmo tempo me matem. Palavras de alento e de esperança, agora com os pés na terra, em vez de voar como um pássaro atrás de quimeras."

Não há nada melhor do que sentirmo-nos realizados, apercebermo-nos que chegamos, de facto, onde mais pretendíamos, por muito que o caminho que percorremos até atingir a meta fosse doloroso, por muitas quedas que tenhamos dado, por muitos desconhecidos que se atravessaram no nosso percurso tentando obter algo senão aquilo que julgaríamos que desejavam, mas sentirmo-nos gloriosos por superar esses seres minúsculos e curiosos que sentem um sabor especial em atravessar o caminho dos outros.
Mas não há melhor sensação do que chegar a casa, sentarmos no sofá com os pés em cima da mesa da frente, comer uma valente tigela de chocapic, passar a tarde a ver Anatomia de Grey e a nossa mente estar connosco, o nosso espírito estar dentro de nós, o nosso consciente estar limpo de todas as impurezas que se entranharam durante a caminhada e estar absolutamente tranquilo da sua vida. Pois é, não há nada melhor do que chegar à conclusão que somos sortudos por ainda podermos escolher que caminhos seguir quando chegamos a um cruzamento.
O Mundo está nas nossas mãos, nós manuseámo-lo da maneira que mais nos convém e, com bastante delicadeza, podemos escolher os indivíduos que queremos que fiquem para sempre agarrados à nossa vida. Há melhor do que isto?
Somos frágeis, mas não somos burros. Gostamos de parecer burros por vezes, quando a preguiça fala mais alto que a responsabilidade e os objectivos de vida ficam muito aquém do que se esperava obter. Por isso só quem quer saltitar de estrada em estrada com duas orelhas na cabeça é que anda dessa forma.
Aqui por entre nossos segredos, gosto de deliciar-me pelo mundo da escrita, sempre à descoberta de novas palavras que possam caracterizar tudo aquilo que sinto enquanto vivo, porque eu gosto muito de viver e sei que vivo a minha vida com o melhor que há. E não há nada melhor do que passar uma tarde a ver Anatomia de Grey e comer chocapic sentada no sofá com os pés na mesa da frente!

we are...

"As mulheres possuem uma maldade própria e secreta, que se manifesta de forma subtil em pequenos gestos e comentários sarcásticos para quem está de fora, e que na intimidade atinge níveis de terrorismo emocional de tal forma elevados que podia facilmente tornar-se objecto de estudo por parte da Amnistia Internacional. É a nossa vingança; os homens lutam para fora, nós lutamos para dentro. Vocês erguem espadas e espingardas, nós levantamos a confusão e criamos a discórdia. Vocês afiam as lâminas, nós afiamos a língua. Vocês querem vencer o inimigo fora de portas, nós inventamos o inimigo do lado de dentro das paredes. Se, por qualquer motivo caem no labirinto do desencanto, somos capazes de tecer a mais pérfida das teias até vos roubarmos todas as armas, todas as defesas e vos deixarmos sufocados e paralisados, vítimas e uma armadilha fatal. Não somos melhores nem piores, apenas lutamos de forma diferente e em nome de outras causas, porque, embora feitos da mesma matéria, não sentimos o mundo da mesma maneira."

Tu, que me tornaste tranquila e realizada, crescida e feliz, dependente de mim própria fazes-me ver que “como em tantos outros pequenos nadas, que todos somados se revelam maiores do que o todo, sou tragicamente igual a ti”.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

future

"We spend our whole lives worrying about the future, planning for the future, trying to predict the future, as if figuring it out will cushion the blow. But the future is always changing. The future is the home of our deepest fears and wildest hopes. But one thing is certain when it finally reveals itself. The future is never the way we imagined it."

When something begins, you generally have no idea how it's going to end.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

alma de pássaro

"O esquecimento é a arma mais letal do amor, quem nos esquece é como se se esquecesse de tudo o que fomos, ou pior, que existimos. Quem ama e consegue esquecer é uma espécie de assassino: mata a realidade, apaga-a, renega-a e transforma-a num pesadelo absurdo no qual somos obrigados a aprender outra vez a viver."

sexta-feira, 30 de julho de 2010

preciso de ti

"It's been minutes it's been days, It's been all I will remember. Happy lost in your hair and the cold side of the pillow. Your hills and valleys are mapped by my intrepid fingers and in a naked slumber, I dream all this again."
 
Isto de brincar ao gato e ao rato não é para mim. Acho que só hoje me apercebi que és pouco mais que palavras bonitas e frases feitas, promessas sem fim e planos definidos; que actos não fazem, de todo, o teu género. Mas eu preciso de ti e estou cansada de precisar de ti. Só tu me sabes proteger de todos os males deste Mundo e só tu me deitas abaixo à frente de meio Mundo também. Mas eu preciso de ti nesta caminhada, o teu ombro ao meu lado, a tua mão na minha, o teu perfume na minha roupa, o teu andar alinhado com o meu e o teu apoio sempre que algum obstáculo surja. Quero ouvir da tua boca todos os detalhes do teu dia e não sabê-lo por terceiros onde já metade da historia é boato, uma vez que quem conta um conto acrescenta um ponto. Eu preciso de saber como vai essa tua vida, esse teu verão e essas tuas loucuras sem mim porque eu preciso de ti. Faz-me sentir viva só mais uma vez, eu preciso de ti comigo por muito cansada que esteja de necessitar demasiado desta tua presença. Complementa as tuas boas palavras com os teus actos perfeitos, eras tão delicado e exacto nessa combinação, sabias exactamente o que dizer e o que fazer sempre que a minha alma se desmoronava; tu eras sempre o mais calmo e o mais pensativo, eu era a mais impulsiva e inconsciente. Mas não penses que também não o foste, visto que habituaste-te rápido aos teus impulsos e à tua inconsciência que te tornava, aparentemente, saudável e feliz. Eu estou calma, pensativa, forte, decidida e muito mais pé atrás depois de tudo o que me ensinaste. Afinal, foram as tuas boas palavras que me fizeram parar antes de me pronunciar, foram as tuas boas palavras que me fizeram crescer e me ensinaram a percorrer esta caminhada sozinha, foram as tuas boas palavras que me conquistaram e me ensinaram que, por vezes, não são as boas palavras que fazem de nós boas pessoas e muitas as vezes só servem para conhecer mais um pouco do Mundo da ilusão, que deve ser o teu local de preferência para umas boas férias de Verão; fizeram-me ver, ou melhor, fizeram-me observar com olhos de gente e perspicácia de gato que mais vale ignorar as boas palavras que tentam entrar no nosso coração e que a vida não é feita de palavras, é feita de acções, demonstrações de carinho e que às vezes mais vale não dizer uma única palavra quando a nossa alma só precisa de algo que a aqueça, quando o nosso coração só precisa de um gesto que o acalme e quando os nossos olhos só necessitam de alguém que lhes seque as lágrimas. Mas sabes, foi a minha falta de perspicácia de gato e o facto de seres demasiado rato que me fizeram cair de amores por ti e aprender que nesta Vida mais vale correr sempre atrás do que nos escapa por entre os dedos, assim como os gatos gostam de perseguir os ratinhos pequeninos e indefesos; que nesta Vida precisamos sempre de quem nos suporte, de uma boa palavra para simplesmente nos alimentar o ego e que, por vezes, é bom viajar até ao Mundo rodeado de erros de percepção que consistem em fazer uma interpretação visual dos factos que não coincide com a realidade – se é que me percebes, meu doce, estas cruas palavras são o que te definem neste preciso momento. Mas eu preciso de ti, já não preciso das tuas boas palavras para alimentar a minha personalidade ou para criarem a ideia de que serás o meu pilar nesta caminhada, preciso que demonstres que poderei ter-te sempre comigo. Tu prometeste, lembras-te? 

"I wanna wake up where u are" hoje apetece-me dizer-te três palavrinhas."

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Crescimento


"I could quit but here's the thing, I love the playing field."

Não te sinto. Não te sinto quando passo pelos teus locais, não te sinto quando pegas nas tuas malas e instalas-te nesta casa como se fosse tua, deitas-te ao meu lado e acaricias-me o cabelo, deixando-me adormecer no teu ombro. Acordo e reparo que não te encontras ao meu lado e só resta uma única almofada, as tuas roupas desapareceram e o teu cheiro já não se faz sentir neste quarto. Não te sinto porque perdeste o teu dom de marcar cada passo teu, nem dei conta de quando fechaste a porta e seguiste a tua vida. Não te sinto quando sonho estes momentos contigo porque, na verdade, tu tens lá tempo para passar por cá, provavelmente já nem te lembras do atalho que te mostrei no outro dia, por entre arbustos e troncos espalhados pelo chão.
Não te sinto, mas vejo-te, consegues sentir a minha mão a percorrer o teu corpo? Não te sinto mas sei que estás em frente à minha casa a implorar-me que te abra a porta para que possamos jogar só mais uma vez. Meu doce, o tempo passou e levou com eles os nossos mistérios e jogos por quem nos apaixonamos, e tu deixaste-os ir com a maior das facilidades julgando que não necessitarias de voltar a este maldito vicio, que somos nós. Mas sabes, eu sonho em poder abrir-te a porta, sentir-te enquanto sobes as escadas e ouvir o bater do teu coração assim que nos sentamos no sofá a ver qualquer coisa ao qual não damos atenção alguma porque aqui, neste local, neste tempo e neste jogo, só importa a felicidade que sinto em estar ao teu lado. Aqui eu sinto, sinto a tua respiração. Arrepias-me em cada palavra que me diriges ao ouvido enquanto um sorriso se rasga no teu rosto e voltas a sentir as minhas mãos a percorrerem o teu corpo.
Mas eu não te sinto, por isso vais ficar à porta de casa o tempo que tu quiseres pois aquela menina que conheceste, está uma mulher que não se dedicará mais a jogos e mistérios que tentas desvendar, porque esta menina vai deixar que o tempo te leve assim como deixaste que ele levasse tudo o que julgarias sentir.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

let's have some fun


Vou só lá dar um saltinho e matar saudades por uns dias. Uma preparação antes da verdadeira semana que está quase a chegar!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

E se vida fosse isto?

"E se a vida fosse isto? Tu chegas sempre depressa, vens a voar baixinho todos os dias na minha direcção, como desde a primeira vez em que te puxei. Não estavas à espera que eu fosse assim, foste a maior surpresa da minha vida, disseste-me entre duas piadas. Fazes-me rir muitas vezes, e deve ser por isso que, quando falas a sério, consigo perceber que és mesmo tu, muito mais tu do que quando te sentas a escrever disparates que fazem rir multidões.
O riso é o segredo universal do nosso entendimento. Há outros segredos, guardados no cheio, no toque, em tudo o que pensamos quando não estamos juntos, nas tardes intermináveis em que conversamos como velhos amigos enquanto nos olhamos, à espera doo momento certo para dar o próximo passo.
Não estamos habituados a isto, nem tu nem eu somos assim, sempre fizemos tudo o que nos passou pela cabeça, poucas vezes parámos para pensar. Mas agora é diferente, porque a vida não é isto, mas gostávamos que fosse, e é por isso que adiamos o momento certo que pode ser quando quisermos, um dia destes, com certeza.
O mais difícil já temos, equilíbrio e confiança, mesmo que nenhum de nós saiba o que quer, para onde vai e como lá chegar. Olho para ti e também não sei o que te faça, só sei que me fazes bem e que te quero por perto.
Nunca percebi a natureza dos homens. A vida só me ensinou a aceitar as diferenças que reconheço mas não explico, apesar de viver a decifrar os sinais da vida. Vejo em ti defeitos que noutros homens me fariam recuar de forma irreversível e que me fazem apensas pensar que, se fosse homem, seria como tu. A tolerância é uma virtude que se aprende da pior forma. Com vinte anos achamos que somos os donos do mundo; aos trinta, instalam-se as dúvidas existenciais; e quando os quarenta se aproximam e percebemos que o mundo à nossa volta se encolhe, voltamos à base, riso e entendimento, é como se voltássemos às tardes de Verão com bombas na piscina, o prazer dos primeiros charros, tostas mistas e iogurtes líquidos, tu deitado numa espreguiçadeira a cobiçar-me as pernas e o peito, e eu a olhar para ti e a pensar que se a vida fosse isto, com altos e baixos, momentos melhores e piores, fazias-me feliz, tão feliz como quando tinha quinze anos e me apaixonei por um miúdo parecido contigo que também me fazia rir como tu." (mrp)


Se eu fosse a dona do tempo, voltava atrás e lia este texto antes de pegar nas chaves, fechar a porta e ir ter contigo. Guardava-o no bolso para me lembrar de que a vida não é feita da maneira mais delicada que idealizamos que é, que os altos e baixos servem para nos fortalecer nesta corrida contra o tempo e que as tardes loucas de Verão são as melhores das nossas vidas. Que tristezas e mágoas servem para ficar na carteira junto aos papéis rasgados e lenços encharcados, que mais vale correr para ti sempre que me viras as costas porque na hora a seguir poderá ser tarde demais. Que palavras cruéis servem para se atirar aos ventos fortes e que o nosso entendimento e o nosso riso pertencem à estrada perfeita rumo à felicidade. Se eu fosse a dona do tempo, lembrava-me que a vida não é feita de loucuras que nos passam pela cabeça, que tu tinhas o Mundo nas tuas mãos e eu guardava o teu coração como que eternos confidentes que não se contentavam com curtas loucuras de vez em quando. Lembrava-me que éramos feitos de uma constante partilha e confiança, que apenas importava o nosso pequenino esforço que nos tornava extremamente felizes em cada momento nosso. Voltava atrás, pegava nas nossas fotografias de tardes de Verão e colava outra vez na parede onde se encontram “as pequenas partes de um todo”. Voltava atrás e tocava à tua campainha assim que passara à tua porta em vez de me sentar ao lado e parar no tempo à espera que um passarinho viesse ter comigo para me aconselhar, como se fosse possível os dias serem todos quentes e o dinheiro cair das nuvens.
Mas eu não sou a dona do tempo e não posso voltar atrás. Tu continuas a ser a minha maior lição de vida e a melhor parte deste meu todo crescimento e eu continuo a ser a menina que te deve metade do Mundo que tinhas em mãos e que se faz à vida antes que a vida lhe pregue alguma partida e que bata com o nariz no chão!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

never leave that...

A couple of hundred years ago, Benjamin Franklin shared with the world the secret of his success. Never leave that till tomorrow, he said, which you can do today. This is the man who discovered electricity. You think more people would listen to what he had to say. I don't know why we put things off, but if I had to guess, I'd have to say it has a lot to do with fear. Fear of failure, fear of rejection, sometimes the fear is just of making a decision, because what if you're wrong? What if you're making a mistake you can't undo? The early bird catches the worm. A stitch in time saves nine. He who hesitates is lost. We can't pretend we hadn't been told. We've all heard the proverbs, heard the philosophers, heard our grandparents warning us about wasted time, heard the damn poets urging us to seize the day. Still sometimes we have to see for ourselves. We have to make our own mistakes. We have to learn our own lessons. We have to sweep today's possibility under tomorrow's rug until we can't anymore. Until we finally understand for ourselves what Benjamin Franklin really meant. That knowing is better than wondering, that waking is better than sleeping, and even the biggest failure, even the worst, beat the hell out of never trying.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

voar com o vento


"A vida não passa disto, os momentos perfeitos servem para nos dar força para todos os outros e ensinam-nos que a eternidade às vezes só dura alguns momentos, mas entre caixotes, pó, memórias perdidas no tempo e a certeza que nunca mais entrarei na casa onde vivemos, guardo-te com o sabor dos chocolates que já viveram na mesma caixa onde agora repousas, sereno e pacificado como o meu mais perfeito companheiro, na doçura triste que sucede a desordem do amor."

Fazes-me voar com o vento, seguir os seus desejos e vaguear por locais desconhecidos. Fazes-me seguir os teus passos, colocar-te num pedestal e cair em teus braços.
Sou destemida e raramente me dou como vencida, tu sabes, tu tens esse dom de conhecer todos os meus cantinhos, todos os meus segredos, todos os meus medos, todos os meus olhares, todas as minhas palavras e todos os meus sentimentos. És um sortudo, sabias? Tens todos os dias o melhor de mim, mesmo quando a minha maior vontade é pegar em ti e enfiar-te dentro de um caixote do lixo a sete chaves para não sentir o meu coração a pulsar mais rápido sempre que te observa, e de preferência com a boca tapada para a minha pele não arrepiar assim que ouvir a tua voz. Mas tu tens o melhor de mim todos os dias, até mesmo nos dias em que não dirigimos a palavra um ao outro. Tens a tua caixinha dos segredos e eu tenho a minha e tenho os teus ventos que te enviam o melhor de mim. Tu apareces aqui às quatro horas da tarde e eu acordo feliz só de saber que poderei ver-te hoje e esquecer os longos dias que não te ponho a vista em cima. Sabes como é voltar a acordar assim? Não importa o tempo que se faz sentir lá fora, a roupa suja que ainda temos que lavar, a loiça espalhada da noite anterior nem mesmo o barulho tremendo dos vizinhos! Sabes há quanto tempo anseio por acordar assim outra vez? Voo com o vento porque o vento te traz até mim quando lhe peço, deixa-me olhar por ti sem tu dares por ela e faz-me acordar com vontade de sorrir para a vida.
Por isso eu não me queixo dos ventos quentes nem dos ventos frios, desde que eles façam o seu brilhante papel de mosquinha curiosa e me contem o teu dia ao pormenor para eu certificar-me que sorris para a vida como eu, meu fiel companheiro.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

hb nat



Os 17 foram assim, veremos agora os 18! *

sábado, 10 de julho de 2010

Saber falar, pensar, escolher

"Ask most people what they want out of life and the answer is simple - to be happy. Maybe it's this expectation though of wanting to be happy that just keeps us from ever getting there. Maybe the more we try to will ourselves to state's of bliss, the more confused we get - to the point where we don't recognize ourselves. Instead we just keep smiling - trying to be the happy people we wish we were. Until it eventually hits us, it's been there all along. Not in our dreams or our hopes but in the known, the comfortable, the familiar."


Esta vida aqui na Terra não é fácil, principalmente porque não se sabe viver. Vivemos em busca de eternas felicidades, sonhos realizados e facilidades, mesmo que para tal tenhamos que mergulhar na ilusão e na irrealidade. Pensamos pouco e, por isso, usamos as palavras mais fáceis e comuns para expressar tudo aquilo que nos vai na alma, nem que tenhamos que inventar assim só um bocadinho para parecer belo e profundo, terno e imortal, delicado e sentido. E soltamos um sorriso, enquanto pensamos que somos, de facto, muito bons em conquistar o coração dos outros! Regemo-nos pela lei do menor esforço, gastamos o nosso vocabulário e temos medo de enfrentar mudanças. Choramos demasiado aquilo que não temos em vez de apreciar o pouco que nos resta e desfrutamos pouco daquilo que temos porque pensamos que falta sempre qualquer coisa… vivemos em busca da perfeição e somos os seres mais imperfeitos de toda a história da Vida. Queremos ser felizes, para sempre. Acreditamos na eterna felicidade porque aquele ou aquela nos conquistaram o coração com doces palavras e carinhosos actos, mesmo que tenham sido os mais banais. Já que queremos tanto atingir a perfeição, podíamos todos parar uns segundos antes de falar e pensar antes de agir. O problema nem sempre está naquilo que se diz, está nas palavras que se utiliza e na forma como se expressa. A má interpretação afecta-nos a todos e é sempre mais fácil escolher o caminho mais próximo para descodificar o que está por detrás de olhares, palavras e sentimentos e eliminamos imediatamente todas as outras opções. A felicidade está ao alcance de cada um que saiba aproveitar o que tem em mão, que saiba parar e pensar na sua vida, que saiba aceitar as mudanças e os obstáculos que tem que enfrentar, que saiba acima de tudo escolher o dia certo, a hora certa e o coração perfeito.

quarta-feira, 7 de julho de 2010


Dedication is also a state of mind.

terça-feira, 22 de junho de 2010

tudo passa


"Do que eu tenho mais saudades é de acordar e não pensar em nada, como se o que tivesse passado na noite anterior não tivesse a menor importância e absolutamente nenhum peso na minha existência. Não sei quantas vezes fiz isso, mas lembro-me da sensação de liberdade misturada com uma leve consciência da realidade que não me provocava remorsos nem ensombrava a minha alegria de viver.
Com vinte e cinco anos é tudo muito mais fácil, mais leve, mais simples, intenso, efémero, belo e inconsequente. Viajamos com mochilas e pouco dinheiro no bolso, dormimos em pensões, um cachorro com uma coca-cola são um almoço razoável. Não há passado nem futuro, apenas o dia de hoje, o que nos apetece fazer. E se nos apetece fazer tudo, fazemos mesmo, porque queremos e podemos, temos toda a energia do mundo e a vontade de um exército.
As paixões são rápidas, absolutas e devastadoras; as desilusões, profundas e dolorosas. Mas tudo passa com uma noite de copos, um corpo novo, um ataque de choro, uma discussão violenta, um sopro de tristeza, um suspiro mais fundo. O amor vem nos livros, pensamos que mora nas cartas dos poetas e sentimos que vive no coração das nossas mães, mas não fazemos a mínima ideia do que é. Quando os batimentos cardíacos aceleram e a garganta se resseca, nunca pensamos no que pode vir a ser e como nos podemos magoar. Fugimos para a frente, como fazem os predadores, os kamikase e todos os heróis. Somos o super-homem, o Lucky Luke, o Luke Skywalker e a Princesa Leia. Temos ideais e sonhos só nossos. Imaginamos que o mundo está cheio de pessoas extraordinárias e que cada viagem pode ser o inicio de uma nova vida. Vestimos capas e empunhamos espadas, discutimos antes de pensar e só perdoamos depois de castigar, ou então, estamo-nos nas tintas.
A vida é tudo ou nada, os dias são monótonos e as noites emocionantes, a universidade é um mal menor e ainda temos medo de desiludir os nossos pais. O melhor amigo consegue convencer-nos que o nosso namorado é um chato e que é preciso acabar tudo com ele, antes que a coisa fique série, até porque o mundo está cheio de gajos giros e bons que só querem curtir.
Mesmo assim, sentimos que estamos a crescer. Não queremos, nunca queremos crescer, é muito mais fácil viver na fronteira entre a inconsciência e o bom senso, brincar com tudo, fazer do coração uma bola de ténis e deixar bater, cair, rebolar, perder-se, voltar ao campo e jogar, jogar, sem parar, porque pensamos que a vida acaba aos trinta.
Aos vinte e cinco anos a vida é cheia de possibilidades e, por isso, deixamos para trás as pessoas mais importantes, porque há sempre mais pessoas, mais viagens, mais aventuras, mais emoção. É o tudo ou nada, até ao dia em que acordamos com a cara mais inchada do que é habitual, as ressacas já não se curam com o sono, e olhamos para trás numa tentativa bem intencionada e inútil de perceber o que andámos a fazer.
O tempo passou mais depressa do que pensávamos, num instante temos trinta, depois trinta e cinco, e depois quarenta anos, e já não vivemos cada dia como se fosse o último. Contudo, de vez em quando, como se a memória das células fosse mais forte, ainda sentimos cá dentro a mesma pulsão, a mesma vertigem, a mesma vontade de viver na fronteira da inconsciência, de acordar e não pensar em nada porque o que se passou na noite anterior não teve qualquer importância e nem nos pesa na existência, como se tivéssemos outra vez vinte e cinco anos, a pele lisa e luminosa e o mundo a nossos pés, heróis de banda desenhada que nunca se cansam, não envelhecem nem morrem."
Margarida Rebelo Pinto

Cá eu não tenho assim muita vontade de crescer, prefiro manter-me na corda bamba sem me preocupar com o que a vida me traz ou com o que a vida leva de mim. Assim deitada na toalha a apanhar sol, ou então passar uma tarde na esplanada a beber um refrescante; passar uma noite na praia a beber sem pensar no que tenho que fazer no dia a seguir. Prefiro deixar-me levar com a vida em vez de carregar a vida atrás das costas, pois para pesos já bastam os que nos consomem a alma assim quando pecamos ou nos afundamos em preocupações e desilusões. Pois é tão mais fácil quando não temos que pensar no que fazer daqui a 10 anos, que faculdade seguir e que caminho escolher. É tão mais fácil perdermo-nos por uma noite de loucuras, corpos suados, líquidos refrescantes e beijos quentes que nos transmitem uma sensação de liberdade incrível, apesar de essa má vida nos matar um bocadinho (mas oh, isso lá importa agora!).
Por isso hoje fica por aqui, acende um cigarro e deita-te a apanhar sol que eu trago-te uma bebida. Deixa-te levar pelo caminho que a vida te quer levar; a vida é tudo ou nada.

sábado, 19 de junho de 2010

fernando pessoa

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
E não há nada melhor do que fazê-lo!
 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

protege-me

Esta noite mal consegui dormir. Não sei se foi por estar com a cabeça a andar a mil à hora ou se foi pelo medo que me consumiu. Não sei se foi por estar a ouvir os barulhos da noite ou se foi por estar cheia de frio. Desprotegida… talvez não saibas como é sentir-se assim, visto que estás incessantemente a ser consolado e a angústia do vazio não deve gostar de ir para esses teus lados.
Por favor, protege-me só mais uma vez, para que eu consiga fechar os olhos e sentir-me despreocupada caso passes pelos meus sonhos. Só preciso que seja curto e intenso, mas protege-me. Preciso do teu ombro para me consolar, mesmo que no final do dia partas para a tua constante felicidade mas… deixa-me pecar só mais uma vez. Eu preciso de dormir!


At the end of the day, there are some things you just can't help but talk about. Some things we just don't want to hear, and some things we say because we can't be silent any longer. Some things are more than what you say, they're what you do. Some things you say cause there's no other choice. Some things you keep to yourself. And not too often, but every now and then, some things simply speak for themselves.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

guarda silêncio


"...deixamo-nos ficar sentados a observar o mundo à nossa volta. Levamos uma vida inteira a aprender a fazê-lo. Parece que só os velhos são capazes de se sentar lado a lado sem dizer nada e sentirem-se contentes na mesma.
Os jovens, impetuosos e impacientes, têm sempre de interromper o silêncio. É um desperdício, pois o silêncio é santo. Une as pessoas porque só os que se sentem à vontade uns com os outros é que conseguem estar sentados lado a lado sem falar. É este o grande paradoxo..."

Cessam-se as palavras, sente-se o silêncio. Nunca foi o nosso forte usar demasiadas palavras, gastas palavras, escusadas palavras. O nosso forte era o silêncio. Sabes o quanto isso vale? Saber perceber por detrás de olhares e gestos e saber ler as entrelinhas dos curtos e sentidos diálogos que ocupavam os nossos minutos; retirar sempre algo de bom por cada ausência de ruído e por cada interrupção do nosso discurso; conseguir, acima de tudo, guardar silêncio de cada momento nosso. Sabes o quanto isso vale?
Nunca perderás esse teu ar de menino que me fez ser verdadeiramente feliz, por muito que cresças e te tornes no homem que os teus mais chegados sonham que sejas; mas, aqui entre os nossos silêncios, é o teu ar de menino despreocupado e brando que te torna irresistível e dono de ti mesmo. Ser jovem é isso mesmo: crescer, aprender com a vida e nunca perder a cara de menino que marca a diferença. Tu tens a força, tens a garra e guardas os maiores sonhos do mundo dentro de ti sem usufruíres de qualquer som, guardas contigo o que é importante guardar para que poucos te consigam desvendar. Sabes o quanto isso vale?
Um dia destes vamos vaguear pelas ruas, sentar num banco de jardim e conversar até cessarem as palavras. E nós, como nos sentimos à vontade um com o outro, conseguiremos estar sentados lado a lado sem dizer absolutamente nada. Mas promete-me que guardas silêncio…

quinta-feira, 3 de junho de 2010

sujos hábitos


Tenho que fazer de conta que não existes. É o meu dever.
Tu sabes que eu sei o que se passa a minha volta, tu sabes que eu sei o que me vais contar do teu dia, tu conheces-me bem. E eu conheço-te bem, assim que sei que tu sabes o que guardo de ti. Eu não preciso da tua generosidade para comigo e tu não precisas de mim contigo.
Peço-te. Larga as tuas boas palavras. Palavras leva-as o vento e eu habituei-me demasiado a agarrar tudo o que ele me trazia, de ti para mim. Trazia-me o teu lado bom e eu ia matando as saudades que guardo de ti. E eu habituei-me a isso. A questão é esta: eu sempre me habituei ao que me entregavas e tu nunca te habituaste ao que eu te dava. Perdendo-se os hábitos, sente-se a falta. Tu, na realidade, nada perdeste. Não tens um único hábito, o que faz de ti uma pessoa extremamente feliz. E eu observo-te todos os dias como um protótipo da sociedade; contigo nada se torna turvo, nada se esquece e tudo é perceptível. Atormentas-me sabendo que não és digno do que te considero mas, meu doce, eu também já me habituei a largar-te, não custará tanto agarrar-me a esse velho hábito em vez de me agarrar aos ventos que te trazem até mim.
Hoje tenho e vou fazer o que devo fazer. Se fizer o que sinto, corro o risco de me habituar outra vez a ti.

domingo, 30 de maio de 2010

simple words

- I've been thinking a lot the Last couple of days, about us.
- Have you?
- It's more than that. It's kind of embarrassing to say it this way, but... you've sort of been,
you know... the woman in my life.
- You've been the man in mine.
- And I was thinking, this could be our last time... alone together, you know?
- Except for that hot affair we'll have twice a year.
- Except for that. I mean, you commit to this wedding and then it seems like there's this momentum... and then you forget you chose it. You and I didn't - in our relationships with other people - we didn't use the word “love” a lot, did we? Kimmy says if you love someone... you say it. You say it right then, out loud.
Otherwise, the moment just…
- Passes you by.

sábado, 29 de maio de 2010

ensina-me


Ensina-me, ensina-me outra vez a gostar de ti. Faz tudo de novo para que eu saiba também como é deixar-te ir com o vento mais uma vez.
Fazes-me desistir, baixar as armas, cruzar os braços e virar as costas. E eu não sou assim...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

o avesso um do outro

"Somos o avesso um do outro. Quando duvidas, paras, e eu sigo em frente. Quando tens medo, eu tenho vontade; quando sonhas, eu pego nos teus sonhos e torno-os realidade, quando te entristeces, fechas-te numa concha e eu choro para o mundo; quando não sabes o que queres, esperas e eu escolho; quando alguém te empurra, tu foges e eu deixo-me ir.
Somos o avesso um do outro: iguais por fora, o contrário por dentro. Tu proteges-me, acalmas-me, ouves-me e ajudas-me a parar. Eu puxo por ti, sacudo-te e ajudo-te a avançar. Como duas metades teimosas, vivemos de costas voltadas um para o outro, eu sempre à espera que tu te vires e me abraces, e tu sempre à espera que a vida te traga um sinal, te aponte um caminho e escolha por ti o que não és capaz."


We have got through so much worse than this before
What's so different this time that you can't ignore?
You say it is much more than just my last mistake
And we should spend some time apart for both our sakes

domingo, 9 de maio de 2010

eterno

Nem sempre tens tempo para mim, mas sei que posso contar contigo, que, num momento de crise, estarás ao meu lado, que voltarás sempre, porque se a vida é um eterno regresso a casa, a amizade é um amor eterno.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Escuridão

O seu dia jamais foi o mesmo. Debruçou-se no parapeito da janela observando o horizonte ao longe, sentindo a brisa despenteando-lhes os seus sedosos cabelos e respirando lentamente. Encostou a sua cabeça ao vidro escutando o som do seu local que na verdade… era um profundo silêncio. As suas mãos tremiam, o seu corpo fraquejava e o seu olhar tornara-se mais tristonho à medida que observavam o que se deparava em seu redor. A sua cidade jamais apresentara o mesmo brilho, a mesma alegria e as mesmas cores. O silêncio incomodara-lhe e o vazio fazia-se sentir na sua alma. A sua música não soava à mesma melodia e cada palavra que a constituía era uma lágrima que derramava pelo seu rosto.
A sua vida jamais foi a mesma a partir do diferente dia se deparou diante dele. E a sua alma, essa que em águas passadas era preenchida pelo brilho, pela alegria e pela cor de outrem, tornou-se negra, inalcançável e dotada de alguma desilusão. Entretanto a noite nasce e ele debruça-se no parapeito à espera de encontrar o seu brilho numa estrela se não aquela que lhe roubou o seu próprio brilho.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

um bom dia

Acordei com aquela sensação de “hoje não deves pôr os pés da rua!” e o meu instinto raramente me falha. Os raios de sol iluminaram bem cedo este meu quarto trémulo que me fizeram despertar juntamente com o som de uma cidade movimentada característica em horas de trabalho. A cabeça pesava-me o corpo, os meus olhos custavam a abrir de tão poucas horas de sono e a moleza falava mais alto que a própria responsabilidade.
O vento gelava-me a cara, sentia-me fria, vazia. Não teria sequer qualquer vontade de dirigir a palavra a alguém, seguia o meu caminho na minha música e na minha paz. Talvez o meu instinto estivesse verdadeiramente certo e talvez não devesse sequer preocupar-me em referir a palavra celebradora da tua pessoa neste dia porque hoje… hoje pesa-me a cabeça e dói-me por dentro e hoje terei que me contrariar limitando-me a seguir o estipulado e contentando-me com este Mundo definido! Sabes, talvez devesse ser conformista como tu. Conformar-me-ia com tudo o que se construísse à minha frente e a minha vida era uma beleza e éramos todos felizes e supostamente realizados. Não o sou e hoje, que me preocupei com o teu grandioso dia, limitei-me a entregar-te o mais normal que poderias receber de mim na única vez em que te avistei durante o dia todo. Prefiro deixar de me preocupar: é da maneira que não me ardem os olhos, não me pesa a cabeça e não me dói por dentro. É da maneira que nos tornamos conformistas e somos felizes e realizados.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Orgulho, crença na perfeição


O defeito é sempre dos outros. Nós? Ter culpa de alguma coisa? Nunca na vida! Somos perfeitos. Somos absolutamente ridículos nesta crença na perfeição.
Somos preguiçosos, típico português. Cansa pensar e tentar perceber onde nós falhámos, o que nos obriga imediatamente a traçar de novo todo o caminho que percorremos para chegar onde queríamos; enquanto que o outro é sempre mais fácil ser o culpado, o terrível, o defeituoso. O que nos rodeia está sempre sujeito às mudanças que implementamos e já que somos perfeitos, os outros que se adaptem as nossas mudanças porque, na verdade, não cometemos qualquer tipo de falha. Concentramo-nos nos nossos interesses, ambições e desejos profundos e nem reparamos no terreno que pisamos, as fissuras que atravessamos e os seres indefesos e justos que calcamos para chegar exactamente onde pretendemos chegar. E se pelo caminho errarmos, pensamos sempre o contrário: a nossa opinião corresponde à verdade, a dos outros é que não. Custa sempre um bocadinho encostar mágoas e rancores e admitir nem que seja uma pitada de culpa, esse juízo falso que nos atormenta todos os dias das nossas vidas. Custa sempre bater com a cabeça na parede e observar que afinal a culpa foi nossa pois isso irá pesar-nos a consciência, causar insónias e provocar tristezas.
Esta altivez que consumimos diariamente, quando exagerada, destrói-nos como seres humanos, torna-nos soberbos.
Quando se erra algo todos se lembram, difícil é lembrar todas as vezes em que acertamos.