A vida tem um sentido místico onde existem mil mistérios por desvendar para lá do visível e sons que não se ouvem, mas pressentem-se.
Caio com a cabeça no parapeito da janela, tristeza que se apoderou novamente de mim. É noite, noite escura e noite de temporal. Não consigo observar as estrelas, os seus brilhos dissiparam-se no vazio... profundo vazio! Resta-me uma única estrela, minha companheira de noites de temporal. Os ruídos cada vez mais persistentes perturbam-me e provocam-me uma irritação enorme. Maldita tempestade que absorve a boa disposição de um passeio organizado por um grupo de amigos e espalha, por todos os cantos por onde passeia, os seus constantes barulhos perturbadores. A persiana que se pousa no cimo da minha cabeça bate cada vez com mais intensidade no vidro. A minha face gela quando me deixo levar pelo vento que a esfria. Aliciam-me essas porções minúsculas e globosas de água; adoro só o facto de como aparecem inesperadamente e como as suas pequenas doses enchem um campo a uma velocidade incrível. Durante o dia, aprecio a forma como um feixe de luz solar vai de encontro às gotas de chuva; os raios luminosos reflectem-se no interior da gota e emergem por outro ponto da mesma, originando um fabuloso feixe de cores.
Mas agora o profundo silêncio da noite chama-me, deixo-me sempre levar por seus gritos que me acalmam numa pequena fracção de minutos. O segredar entre corujas, o esvoaçar dos morcegos, o som dos pirilampos... todos os mais pequenos detalhes de uma noite de tempestade me fascinam. Retiram-me o prazer da liberdade e parte da minha boa disposição, mas atraem-me novos sons e novos mundos.
A minha escrita baseia-se basicamente no relatar da minha visão nocturna; visão essa que sempre me despertou um interesse súbito. A escuridão é de extremos – tanto reflecte o seu lado calmo e belo como reflecte o seu lado violento e de intensa confusão. É pela calada da noite que o inevitável, por vezes, acontece! É quando o Sol se põe que os actos mais obscuros e desumanos se realizam. São estas realidades que provocam um enorme mau estar em mim e, sobretudo, uma constante revolta. Incessantemente estas realidades são constatadas; porém, jamais existirá alguém com mentalidade suficiente para travar estes actos maldosos desta vida nocturna.
Os meus maus pensamentos dissiparam-se no vazio da escuridão e hoje é noite de lua cheia. Noite de lobisomem para uns, malditos mitos. O temporal não me permite observar os detalhes da Lua, contrariamente ao que acontece em noites de Verão.
O tempo da noite passou a uma velocidade tão intensa como o aparecer e desaparecer de gaivotas no cimo da minha casa; a estrela com quem dialogava já fugiu para o seu devido lugar, já é quase dia, o céu já clareia e restam apenas vestígios de uma violenta noite. Os campos cobertos de branco, árvores desfeitas no meio das ruas impedindo o trânsito, casas que irão ser evacuadas... O temporal é bonito aos olhos de uns; prefiro deixar-me envolver por ele no escuro da noite sem desvendar os seus mistérios da manhã seguinte.
Aguardo agora que a próxima estrela me chame para mais uma noite de temporal, já ganhamos uma certa cumplicidade. As estrelas, lindas estrelas, que possuem uma capacidade de guardar os nossos segredos a sete chaves. Até à próxima tempestade, minha estrela-guia.
Caio com a cabeça no parapeito da janela, tristeza que se apoderou novamente de mim. É noite, noite escura e noite de temporal. Não consigo observar as estrelas, os seus brilhos dissiparam-se no vazio... profundo vazio! Resta-me uma única estrela, minha companheira de noites de temporal. Os ruídos cada vez mais persistentes perturbam-me e provocam-me uma irritação enorme. Maldita tempestade que absorve a boa disposição de um passeio organizado por um grupo de amigos e espalha, por todos os cantos por onde passeia, os seus constantes barulhos perturbadores. A persiana que se pousa no cimo da minha cabeça bate cada vez com mais intensidade no vidro. A minha face gela quando me deixo levar pelo vento que a esfria. Aliciam-me essas porções minúsculas e globosas de água; adoro só o facto de como aparecem inesperadamente e como as suas pequenas doses enchem um campo a uma velocidade incrível. Durante o dia, aprecio a forma como um feixe de luz solar vai de encontro às gotas de chuva; os raios luminosos reflectem-se no interior da gota e emergem por outro ponto da mesma, originando um fabuloso feixe de cores.
Mas agora o profundo silêncio da noite chama-me, deixo-me sempre levar por seus gritos que me acalmam numa pequena fracção de minutos. O segredar entre corujas, o esvoaçar dos morcegos, o som dos pirilampos... todos os mais pequenos detalhes de uma noite de tempestade me fascinam. Retiram-me o prazer da liberdade e parte da minha boa disposição, mas atraem-me novos sons e novos mundos.
A minha escrita baseia-se basicamente no relatar da minha visão nocturna; visão essa que sempre me despertou um interesse súbito. A escuridão é de extremos – tanto reflecte o seu lado calmo e belo como reflecte o seu lado violento e de intensa confusão. É pela calada da noite que o inevitável, por vezes, acontece! É quando o Sol se põe que os actos mais obscuros e desumanos se realizam. São estas realidades que provocam um enorme mau estar em mim e, sobretudo, uma constante revolta. Incessantemente estas realidades são constatadas; porém, jamais existirá alguém com mentalidade suficiente para travar estes actos maldosos desta vida nocturna.
Os meus maus pensamentos dissiparam-se no vazio da escuridão e hoje é noite de lua cheia. Noite de lobisomem para uns, malditos mitos. O temporal não me permite observar os detalhes da Lua, contrariamente ao que acontece em noites de Verão.
O tempo da noite passou a uma velocidade tão intensa como o aparecer e desaparecer de gaivotas no cimo da minha casa; a estrela com quem dialogava já fugiu para o seu devido lugar, já é quase dia, o céu já clareia e restam apenas vestígios de uma violenta noite. Os campos cobertos de branco, árvores desfeitas no meio das ruas impedindo o trânsito, casas que irão ser evacuadas... O temporal é bonito aos olhos de uns; prefiro deixar-me envolver por ele no escuro da noite sem desvendar os seus mistérios da manhã seguinte.
Aguardo agora que a próxima estrela me chame para mais uma noite de temporal, já ganhamos uma certa cumplicidade. As estrelas, lindas estrelas, que possuem uma capacidade de guardar os nossos segredos a sete chaves. Até à próxima tempestade, minha estrela-guia.
2 comentários:
tens uma certa magia tão penetrante nessa noite de tempestade. o escuro envolve-nos sempre duma forma reconfortante, e detestamos quando somos quebrados pela luz da alvorada que logo mostra o lado claro das coisas. é bom viver escondido debaixo duma cortina escura e comprida, algo de excitante e louco ao mesmo tempo!
ainda assim é sempre bom ter alguém para partilhar. alguém em quem se confia, alguém que nos brilha muito e nos mostra sinais de querer reviver tudo junto a nós!
adorei, minha catarina <3
está lindo lindo lindo. o teu melhor texto sem duvida alguma!
que as noites de verão e inverno e acompanhem como essa, que te façam escrever lindamente como o fizeste.
lembra-te, estarei sempre aqui. óh botija (: (L)
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