
Com o tempo, aprendes que o tempo é tão ou mais precioso do que ouro e que com ele aprendes tanto ou mais que com os teus parentes. Tomas escolhas, defines caminhos e delinea o teu percurso. És dono e senhor do teu próprio tempo, da tua própria vida. Adaptas estilos de vida consoante o que te rodeia e és incessantemente influenciado. Jamais conseguirás fugir a tal. Os seres que diariamente observas tornam-se indiferentes ao teu percurso de vida, no entanto há sempre quem se realce no meio da multidão. És tão crescido que és capaz de distinguir o bem do mal, o necessário do desnecessário, os amigos dos conhecidos. Ao longo da tua vida aprendes que amigos contam-se pelos dedos de uma mão e que conhecidos ultrapassam o número de dedos das duas mãos juntamente com os dois pés. O mais irónico é que só tomas consciência de tal facto quando meio mundo te vira costas e reparas que apenas uma pequena parte permaneceu intacta. Aí sim, és capazes de fazer a distinção entre amigo e conhecido e afastas-te do mundo da ilusão por meros tempos.
Todos nós caímos neste erro, sem excepção. Aliás, só crescemos quando aprendemos com os erros, e infelizmente este é o mais banal do nosso quotidiano. Mas lembra-te, sempre que caires observa bem quem te rodeia e aponta num papel o nome dessas pessoas, visto que ainda não memorizaste bem, pois não és capaz de fazer uma caminhada sem cair. Aí pára, reflecte. Olha para o papel e conta o número de vezes que as mesmas pessoas estiveram do teu lado. Agora diz-me, não és muito mais feliz quando sabes que tens sempre um ombro do teu lado, independentemende do sítio ou da hora em que cais? Eu sou, basta olhares para a fotografia.