quinta-feira, 17 de setembro de 2009

365 dias



Já reparaste como o tempo voa? Já passou um ano, um ano e de nada eu me esqueci. Nada deixei para trás, agarrado às poeiras e nada deixei escapar pelo vento. Não é que seja pessoa de viver de recordações, não interpretes desta forma. Para mim o que passou lá ficou, pois a vida continua e quem a vive somos nós. Mas é sempre agradável recordar aquilo que nos fascinou por momentos e que deixou uma marquinha na nossa alma. E eu gosto muito de olhar para uma fotografia, ouvir uma musiquinha e recordar o que vivi há uns tempos atrás. Confesso-te, meu pequeno tesouro, que nunca ninguém me fez recordar tantos pormenores como tu. És a minha maior fonte de comparação, infelizmente. Não devia, mas
a vida é feita de poderes e deveres e apesar do tão famoso “não dever” acabamos sempre por “poder” fazer o que nos dá na cabeça, simplesmente porque o queremos. Ou por vezes nem queremos, é o instinto que fala mais alto, a rotina, o hábito… é o meu consciente que te compara a cada detalhe que eu observo, o que acho extremamente irritante. E sabes, hoje podia ser o nosso dia. Aqui é o oposto, hoje devia ser o nosso dia e, no entanto, não pode. Trocamos as voltas à nossa vida e ao nosso consciente, não penses que foi a vida que nos trocou a nós porque a culpa é nossa. Talvez o destino, talvez tivesse que acontecer o que exactamente aconteceu porque devia. Mas já devias saber que não me baseio só em teorias que tentam explicar as diversas situações da vida, procuro sempre questionar mais até obter uma resposta coerente. Contudo, sei que a nossa questão nunca obterá resposta, por muitas pesquisas elaboradas que faça, por muito mundos que percorra, por muitas vezes que o nosso caminho se cruze e volte a divergir-se… Meu querido tesouro, lamento dizer que és o mais precioso de todos eles, que ainda te guardo na mesma caixinha exactamente com os mesmos instrumentos, embrulhada com aquele papel do meu sentimento tão característico por ti, que continuo sem conseguir definir. Não, eu já não te amo. Apenas sinto aquele fervilhar na barriga e este coraçãozinho a saltitar quando te observa ao longe, pois é ele quem te continua a observar, não são os meus olhos cor de avelã – tomara eu ver-te com os olhos em vez de te ver com o coração. E mesmo após 365 dias, eu não esqueço aquele teu perfume que tanto me apaixonava, aquele teu primeiro toque em mim. Não esqueço o teu olhar que hoje foi tão igual ao teu primeiro de há 365 dias atrás. Não devia, alias, eu não devia sequer recordar-me destas coisas; mas, meu tesouro, com a vida – ou contigo, que em tempos foste tu quem a guiou – aprendi que posso muito bem esquecer os meus deveres e deixar-me levar pelos meus desejos. Hoje desejo-te, só hoje por ser “o nosso dia dezassete”. E apesar de te poder desejar todos os dias, eu não quero. Não é por não dever, é por não me querer deixar levar pelo mal que agora carregas em ti. Por ainda gostar um bocadinho de ti, eu espero que estejas feliz e bem com a tua vida, não te desejo mal – embora pudesse e devesse desejar – quero-te sempre bem. Não quebro promessas, nem rompo sentimentos, e tenho muita pena que o faças.

6 comentários:

Marilena R. disse...

está lindo +.+

B disse...

Está optimo o texto catarina=)
gostei muito *

B disse...

(é verdade. vi ha bcd que és do porto. este ano vou para lá morar/estudar) =P *

Maria ♥ disse...

e´stá mesmo muito bem (:

B disse...

de jornalismo. fica ao lado da faculdade de direito! conheces?

Ana Coelho. disse...

"E mesmo após 365 dias, eu não esqueço aquele teu perfume que tanto me apaixonava, aquele teu primeiro toque em mim."
Como tu escreves tão bem minha pequenina (:
Beijinho Catas*