domingo, 1 de fevereiro de 2009

amargo vício

Foste o meu café doce das quentes manhãs onde o meu sorriso era a nossa maior força, foste o meu traje preferido e o meu mais delicado acessório. Daí te teres tornado no meu doce vício, quente vício, delicado vício... Foste tão dono de mim que agora, mesmo não me tocando nem vendo, ainda possuís a capacidade de me controlar.
Talvez nunca mais voltarás a ler as nossas cartas de despedida e provavelmente a nossa fotografia já não consta na tua mesinha de cabeceira – creio que se tenha tornado num resto de cozinha ou alguma espécie de resíduo desnecessário que resultou da actividade aí em tua casa, ou então, já estaria tão coberta de pó e sujidade que despediste-te dela numa fracção de segundos. Sabes quando mais me lembro de ti? Quando acordo e deparo-me com a triste situação de “não existirem motivos para acordar”; foste a minha maior motivação, foste o meu despertar, a minha rotina.
Deixa acalmar a tormenta, recorda-te que vícios são difíceis de largar e por mais que o tempo passe e te convenças de que estarás a seguir com a tua vida em frente, o vício seguirá sempre o mesmo caminho que tu até se cruzar contigo ao virar da rua e... perderás a razão!
O doce e quente café tórrido da manhã metamorfoseou-se num amargo e gélido, daí eu largar este transtornante vício dia para dia; é como libertar-me de ti...

4 comentários:

Inês disse...

Talvez nunca mais voltarás a ler as nossas cartas de despedida e provavelmente a nossa fotografia já não consta na tua mesinha de cabeceira – creio que se tenha tornado num resto de cozinha ou alguma espécie de resíduo desnecessário que resultou da actividade aí em tua casa, ou então, já estaria tão coberta de pó e sujidade que despediste-te dela numa fracção de segundos. Sabes quando mais me lembro de ti? Quando acordo e deparo-me com a triste situação de “não existirem motivos para acordar”; foste a minha maior motivação, foste o meu despertar, a minha rotina.


vicios serão sempre vicios, dificeis de se tornarem vicio em si mas ainda maior de o esquecer. por muito frio, amargo e sem sabor nunca te esqueces desse vicio, vai acompanhar-te para sempre. não te libertes, o 'vicio' já está dentro de ti à bastante tempo já nem notas diferença, é habito.
(L)

Nuno Florenço disse...

Os teus textos também são muito ricos, muito bastos, isso é de certeza! Gostei sim :)
Obrigado :)

qel disse...

«Foste tão dono de mim que agora, mesmo não me tocando nem vendo, ainda possuís a capacidade de me controlar».
É sem querer adoptar clichés q te digo q aprecio cada vez mais a tua escrita, parece que melhora de dia para dia. Enfim, dá mais gosto, de cada vez q cá venho, ler-te.
Ah! E gosto das carradas de sentimento q depositas em cada palavra, nota-se sinceridade patente em cada uma delas, na minha opinião.
Um beijinho (: *

Anónimo disse...

sabes, catarina,
és das miúdas que mais aprecio.
e sabes porque? porque nenhuma, da mesma idade, tem tanta maturidade como tu!
aprecio-te, BASTANTE.
começar a mudar os temas dos próximos textos é uma boa ideia, não achas?
estes? já têm pó; já são mais sujos do que as pobres casas abandonadas; já são o passado (bem presente!), já eram!
és MUITO MAIS do que a simples rotina, o quotidiano, o hábito...
ILOVEYOU, cat(arina) (L