sexta-feira, 16 de outubro de 2009

deixar correr




"Não sei como se diz desistir na tua língua nem quero aprender, porque na minha demorei muito tempo a aceitar que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer sem travar batalhas. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, às vezes o único que os homens conhecem.
Contigo aprendi que o amor é uma força misteriosa e divina que não escolhe país nem idioma, que não se importa com a idade nem precisa de ser alimentado todos os dias para crescer e ser vivido em todo o seu esplendor. Aprendi a nunca pedir que me amasses e a nunca cobrar a distância. Aprendi novas formas de viver e de estar, de amar e de ser feliz.
Sei que também aprendeste muito comigo, mais do que imaginas e do que agora consegues alcançar. Só o tempo te vai dar tudo o que de mim guardaste, esse tempo que é uma caixa que se abre ao contrário: de um lado estás tu, e do outro estou eu, a ver-te sem te poder tocar, a abraçar-te todas as noites antes de adormeceres e a cada manhã que acordares.
(...) E não pode haver amor mais certo do que aquele que nos faz felizes. É só deixar correr, como, afinal, tudo o que é verdadeiramente importante na vida."

(Margarida Rebelo Pinto)

1 comentário:

Vera disse...

Parece que nem sempre somos realmente reconhecidas a tempo, mas o tempo muda isso. O tempo ruma para a verdade, e por vezes a única coisa que se pode lamentar é ser tarde demais. Ainda assim, basta acreditar em nós, e naquilo que realmente nos faz 'perder a cabeça' :)
um beijinho grande minha querida*