segunda-feira, 3 de novembro de 2008

à minha maneira!

Eu já previa tudo isto, sinceramente. Burrice a minha que nem capaz fui de abrir os olhos à primeira, incrível. Diz-me, porque razão voltei a cair no mesmo erro de confiar inteiramente em ti? Se no fundo, algo me chamava para a razão, cruel e dura, mas era a realidade. Talvez pensasse que agias de igual forma comigo como eu agia contigo. Talvez fossem as tuas doces palavras do inicio que me faziam voar (contigo ou sem ti) e pudesse ter confiança total. Curioso, pois neste momento não existe confiança nem por parte de um, nem por parte do outro. Que erro, que grande erro! Pois é claro que tudo era belo quando vivíamos verdes. E sem dúvida que chegámos a alturas em que éramos "um só". Só havia um dia-a-dia, o "nosso". (Espera, houve mesmo ou sou eu a dizer o que gostaria que existisse?)
Bem, já deves ter reparado que continuo com a incerteza em mim. Nunca tenho respostas para o que julgas ser óbvio e perco-me no meio do nada. No entanto informo-te que as tuas acções também não ajudam, pois a incerteza está 24 horas por dia em mim, infelizmente. Afogo-me em passados constantemente remexidos que, por muito que eu não queira, abalam-me. Sim, meu amor, abalas-me! A maior incerteza da vida, digo-te, é não saber definir o que se sente ou a razão da existência. Falo por mim, que tanto tenho o controlo de todos os meus actos, como a seguir vejo tudo o que construí a desmoronar à minha volta. Sabes qual foi o meu mal? Envolver-me demasiado nas tuas palavras, querer demasiado ter-te do meu lado quando, no final, estava sozinha, oh! Procuraria eu alguma alma capaz de habitar os jardins, outrora abandonados, juntos aos meus. Esse alguém serias tu, até que as tuas visitas seriam cada vez mais e mais escassas, até que o vento levasse a brisa do teu perfume... Se passares por lá um dia, repara como até as flores foram perdendo a cor. (Mas eu continuava a acreditar que eras capaz de permanecer mais tempo, agora já não). Oh metáforas, mais e mais metáforas, porque tentais complicar o simples e objectivo?
Digo-te agora, com toda a certeza, que não irás possuir mais os meus desabafos e o meu quotidiano, nem voltarás a aproximar-te dos meus jardins vizinhos, só pelo simples facto de eu já não querer mais a tua presença aqui e sou eu que a partir de agora vou visitá-los. (Mas só quando as tuas lembranças se esgotarem)
A partir de agora, é à minha maneira!

9 comentários:

Anónimo disse...

ora bem, és a irmã mais "perfeita" que tenho, e se soubesses o (imenso) jeito que tens para escrever ..
este texto (tal cmo muito outros), está lindo.
amo-te catarina, és eterna <3

Anónimo disse...

Meu amor, nem sei como transcrever o efeito que este texto teve em mim, foi tão interessante a forma como transmitis-te a "dor", a revolta, a indignação :'X
Nem sei bem se falas-te de ti propriamente, não mereces tal ...


Foi Tão Real (: , Tão Único (:

Catarina Santos, «3

Anónimo disse...

Então liberta-te disso que te prende. Contudo cresces e aprendes a dar menos confiança, até à pessoa a quem menos confianças dás. Liberta-te! Se tiveres que mudar, muda, sem medos. Se tiveres que deixar esse amor, deixa. Se ele for realmente verdadeiro, então voltará por ele próprio sem que seja preciso tu dizeres uma única palavra ou que faças um único gesto.

Tenho lido os teus textos e aprecio imenso, os meus parabéns :)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

*mais confianças dás.

Diogo Silva disse...

digo muito sinceramente...Senti sabes. A razão pela qual escrevo é para fazer sentir. sentir ensina-nos, é muitas vezes tão madrasta quanto a vida mas ensina-nos melhor que os manuais, e tu fazes-me sentir cada palavra até os ditongos contam contigo, fantastico!

Inês disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Inês disse...

não penses de maneira errada que tudo o que lutaste até agora foi em vão e nao valeram o minimo esforço. pelo contrário ensinaram-te a não dar tanta confiança e abrir mais os olhos em certos aspectos.
não te apontes o dedo nem te ponhas em frete ao espelho a dizer 'eu errei, eu errei. fui mais uma vez burra', não! agiste com a tua maneira de ser, agista à tua maneira.
sabes que estarei sempre aqui, para tudo «3

Anónimo disse...

tens realmente um (dos muitos) talento(s) que não podes desperdiçar.
a maneira como fazes esse teu jogo de palavras, fascina-me (':
és realmente muito importante catarina, e uma das muitas coisas que não quero que permaneçam no mundo, é o teu sofrimento/angústia/desilusão contigo própria. tens muito para dar às pessoas. eu, sou uma das que estão dispostas a receber e contribuir esse amor.

eu amo-te, sempre «3