quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

dia 17.


Sempre nos desencontrámos imensas vezes e navegámos pelas entrelinhas sem nunca as entender no seu verdadeiro significado, ou então jamais nos daremos ao trabalho de perceber palavra a palavra, jamais seremos capazes de tirar as nossas próprias conclusões. Nunca fomos verdadeiramente independentes para unirmos os nossos caminhos e definir objectivos e prioridades, sempre nos deixamos levar pelo tempo e talvez tenha sido o tempo o nosso maior castigo. Deixámo-nos levar pela eternidade que nos perseguia e por palavras soltas no ar que se encontravam justamente no nosso local preferido. A nossa rotina era o nosso bem mais precioso. Os limites eram quase como inexistentes, a morte era o limite e a intenção de finalidade não era sequer vocabulário do nosso dicionário. É de facto certo e sabido os quantos e tantos sentimentos vividos e as quantas e tantas palavras pronunciadas repletos de algo, algo que é indecifrável no nosso presente constantemente agarrado aos passados; passados esses que são literalmente remexidos – algo subtil para manter sempre a posição de firmeza. Posição essa destruída dia-para-dia, pois a coragem torna-se na nossa maior fraqueza. Vivemos num ciclo vicioso inquebrável e a nossa maior ambição desgasta-se com os pormenores que insistimos em atribuir importância. Os nossos maiores desejos e objectivos de vida continuarão sem destino e sem existência definida, será o seu encontro algo inevitável ou iremos continuar com estes joguinhos diários de constante perturbação?
Hoje? Hoje bateu saudade.

1 comentário:

Anónimo disse...

e este é mais um dos teus lindos textos Cáqui :')

minha irmã, <3