quarta-feira, 22 de outubro de 2008

conheço-te

Encontrei-te! Mas não sei se fiquei feliz ou triste. No primeiro momento sorri, passado segundos o sorriso desapareceu. Parecias-me escondido, por entre medos, ilusões e pensamentos. Aparentavas estar assustado (talvez porque tenhas acordado para a realidade). Não sei se reparaste na minha presença no mesmo local que tu, talvez seja pela pouca importância que me dás. E, na minha ingenuidade, pensava (ou ainda penso) que o valor que te dou é-me retribuído de igual forma. Estarei eu correcta? Importante relevar que não sou a primeira (nem serei a última) vítima dos teus actos inconscientes.
Bem, lá seguiste tu o teu caminho, mas o meu olhar permanecia fixado em ti. Ai, não consigo removê-lo, desculpa! Parece-me que despiste essa tua capa de super-homem, associaria eu este teu acto como uma mudança na tua pessoa. No entanto, penso que não despiste a capa completa, deixaste um pedaço de tecido preso ao cinto preto das tuas calças, ou eu não reparei bem. Melhor dizendo, mesmo sem capa, não mudas o teu interior (por muito que chores, grites, protestes). Não mudaste esse andar desajeitado, pelo qual eu acho uma certa piada. Não perdeste esse vício de arranjar o cabelo e, ao mesmo tempo, pegar no telemóvel para mudar a faixa da música. Continuas com o mesmo estilo de roupa e insistes em usar as sapatilhas mais velhas que tens, mas que vício! Ah, nunca te esqueces dos famosos óculos-de-sol e eu quase que aposto que estás neste momento a ouvir uma música acústica que te faz pensar. Suponho também que daqui uns minutos vás à pastelaria aí ao lado comprar o teu pastel mais apreciado. Já reparaste que conheço cada lugar teu? Já reparaste que cheguei ao ponto de decorar o teu quotidiano e que sei descrevê-lo ao pormenor? Penso que nem te lembraste da minha existência nestes últimos dias, oh meu amor, eu já me habituei. Gostaria de ter neste momento uma máquina fotográfica para te fotografar e, se tivesses novamente a coragem de me dirigir a palavra, mostrar-te-a-ia. Irias sorrir (ou então não acharias piada ao meu papel de papparazzi).
Como já deves ter reparado, habituei-me a lidar com a incerteza, passei a achar uma certa piada à "dúvida". Afinal, foi apenas isso que me conseguiste ensinar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Hey, Catarina :p
AMO os teus textos, não me canso de os ler, Juro.
Gosto tanto de ti , Cáqui ^.^

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