domingo, 19 de outubro de 2008

coincidências

Foi numa tarde de Verão. Encontraram-se na rua (por acaso) mas nem um nem outro imaginariam que se iriam cruzar e (curiosamente) iriam reparar um no outro no meio da rua mais movimentada daquela cidade. Incrível! Quem diria que o destino os iria unir novamente (cada vez mais acredito nele, mesmo que por vezes ele seja traiçoeiro comigo mesma...). A felicidade um do outro, pelo seu (re)encontro, era visível a uns bons metros. Eu encontrava-me numa esplanada de café, ora olhava, discretamente, para eles, ora olhava para a revista de moda pousada nas minhas pernas cruzadas (claro, querendo sempre mostrar a classe e boa postura) acompanhada por uma boa limonada com pouco açúcar, devido às calorias. Ambos se iam desviando das inúmeras cabeças que lhes apareciam à frente do seu nariz. Erguiam a cabeça para não perderem aquela troca de olhares, mas que enorme vontade de estarem frente a frente! Ela, calma e delicada, ainda tempo tinha para arranjar os seus cabelos loiros que se iam desprendendo dos ganhos com o seu andar ligeiramente desajeitado. Ele, com um ar sempre descontraído, não se preocupava tanto com a sua imagem. (Bem, parece que a infinidade de cabeças nunca mais termina, até eu já me estou a fartar.) "É agora!" - penso eu. Conseguem finalmente chegar perto um do outro, depois de tanta barafunda ultrapassada. Ela, com um sorriso de igual intensidade do brilho do sol, pegava com o seu jeito subtil e de "menina" na mão dele e ele, sempre com os seus olhos cor de avelã fixados nos olhos azul intenso como o mar dos dela, erguia a sua mão, lentamente, e encostava-a ao rosto dela, manuseando-o com imensa delicadeza. As suas almas cada vez mais anciosas de se sentirem novamente, aposto que os seus corações batiam a cem à hora. Permaneciam ambos parados no tempo, era notável a vontade que cada um tinha de falar, mas nem um nem outro tinham coragem suficiente para pronunciar uma única palavra, que seja. Algumas pessoas paravam também, até gosto tinham só de os ver. Mas espera, parece que algo acontece. Ela baixa a cabeça, foca o seu olhar (agora) no chão e ele retira a sua mão da cara dela e dos seus cabelos encaracolados loiros. Entretanto estava uma cliente da esplanada onde eu me encontrava a criticar o mau atendimento do estabelecimento, como se isso fosse possível. Discordo completamente! Se assim o fosse, eu nem me dava ao trabalho de me deslocar até aqui, muito menos colocaria aqui as minhas sandálias (caríssimas, lindíssimas, deslumbrantes). Apesar da sua troca de olhares já não existir, ambos permanecem à frente um do outro. As suas almas estão repletas de sentimentos, no entanto falta-lhes coragem para os divulgar (com imensa pena minha). O resto? Conto mais tarde, quando as minhas palavras forem capazes de caracterizar tamanho Amor!
Chamam-lhe coincidência, ou então destino, a dúvida paira no ar (por enquanto)...

3 comentários:

Inês disse...

"As suas almas estão repletas de sentimentos, no entanto falta-lhes coragem para os divulgar.. "

um dia, mais tarde, sentirão falta dos olhares, dos carinhos, até da timidez que os unia até lá contentam-se com as meras 'coincidencias' do dia-a-dia.
amo-te

Diogo Silva disse...

Sabes nem sei bem porquê mas integreime na historia que falas no teu texto...realmente contaste-a de uma forma muito interessante. Ninguem controla varias coisas na vida...e questiono-me será que há destino? será que nos temos realmente liberdade ou deciidimos as coisas em função de uma limitação superior a vontade humana como o destino? agradou-me o toque chique e singular que deste ao texto puseste-me a rir o que é bastante agradável =D

Diogo Silva disse...

hehe mesmo sendo so para dar mais animo ao texto ficou lindamente hehe
e teres um lado chique nao era mau ate era engraxadissimo =D bj